segunda-feira, 31 de março de 2014

Sonae SGPS: Eu conto com o Continente e vocês?

A holding de referência do grupo Sonae valorizou-se 93% nos últimos 12 meses. É uma das acções com um beta mais elevado da praça portuguesa e portanto uma das melhores para cavalgar o actual Bull Market do PSI-20.
 
A Sonae SGPS apresentou resultados no dia 19 de Março, tendo fechado 2013 com resultados líquidos de 319 milhões de euros, bastante acima dos resultados apurados em 2012 de apenas 33 milhões de euros. Para estes resultados em muito contribuíram os ganhos obtidos, nos primeiros 9 meses do ano, com a fusão entre a Zon e a Optimus, a melhoria dos resultados operacionais (subiram 10%) e o aumento das receitas em 3,2% para os 4.821 milhões de euros.
 
Apesar do contexto actual de austeriadade em que vive o país, com pressão sobre o rendimento disponível das famílias e o decréscimo do consumo privado, a Sonae conseguiu melhorar os seus resultados pela aposta na internacionalização e pelo desenvolvimento de novos canais.
 
Apesar do negócio de retalho alimentar (Continente e Continente Modelo), que representa 70% do volume de negócios da Sonae SGPS, ter perdido força no ano passado, a melhoria da divisão de retalho não alimentar, a Sonae SR, onde a empresa está presente com marcas como Worten, Sport Zone e Zippy mais que compensou esta adversidade.
 
Recentemente a Zippy inaugurou a primeira loja na Arménia em parceria com o grupo Fawaz Alhokair. Esta internacionalização da marca no médio oriente, permitirá explorar novos mercados com forte potencial de crescimento e diversificar geograficamente as receitas. Mais de metade da população da Arménia é jovem e quase 20% entre os 0-14 anos, mercado-alvo da Zippy.
 
Como é habitual nas minhas análises, eis os factores positivos e riscos associados ao investimento nas acções da Sonae:
 
Factores Positivos
 
- A internacionalização do divisão de retalho não alimentar, particularmente da Zippy;
- O facto da Sonae ter conseguido refinanciar os títulos de dívida que tinha de pagar até ao próximo ano;
- Os riscos de baixa inflação para a zona euro, e até de possível deflação, beneficiam empresas de sectores defensivos com elevada presença internacional, como é o caso da Sonae;
- A Sonae também conseguiu reduzir a dívida líquida pelo 17º trimestre consecutivo, situando-se agora em 1.219 milhões de euros.
 
Os Riscos

- A deterioração do ambiente económico em Portugal;
- Os problemas estruturais da divisão de produtos electrónicos Worten.
 
Além dos factores enunciados, teremos ainda que ter em atenção à situação entre a Ucrânia e a Rússia. Para já, a possibilidade de confronto bélico parece estar afastada e o abrandamento das tensões tem suportado a apetência pelo risco e a procura de acções.
 
O que nos diz a Análise Técnica?
 
Desde o início do ano, as acções da Sonae já valorizaram mais de 30%. O movimento altista continua com bastante força, tendo vindo a fazer máximos e mínimos sucessivamente maiores.
 
A sessão de 6ª feira passada confirmou a quebra, em alta, dos últimos máximos relativos nos 1,34€, dando um excelente ponto de entrada.
 
As próximas resistências situam-se nos 1,40 e 1,50, oferecendo um potencial de valorização de 3% e 10,3%, respectivamente.
 
Abri hoje uma posição longa em Sonae SGPS a 1,3590 com stop loss nos 1,33 e take profit nos 1,49.
 
 

AUDUSD (actualização)

O AUDUSD parece estar a forma um padrão de inversão (H&S) de tendência de curto prazo, em gráficos de 1 hora.

Fechamos a nossa posição a 0,9230 com um ganho de 118 pips.

domingo, 30 de março de 2014

Actualização aos trades em Açúcar e Ouro

Açucar
 
No princípio da semana, o departamento de meteorologia da Austrália referiu que as águas do Oceano Pacífico estão a aquecer e que a probabilidade de ocorrer um El Niño em 2014, é agora maior.
 
Em reacção, os preços do açucar dispararam, com as preocupações dos investidores em relação às anomalias climatéricas provocadas por um El Niño e ao risco acrescido que traz à produção de açúcar no Brasil e na Ásia.
 
À cotação de 6ª feira (17,94USD) o açucar é neste momento o nosso melhor trade, desde que iniciámos esta carteira em Fevereiro, pelo que decido proteger ganhos actualizando o stop loss para os 17,60USD.

Ouro
 
Na passada sexta-feira o ouro foi alvo de forte pressão vendedora, atingindo os 50% de fibonacci do movimento altista que iniciou a 31 de Dezembro. Nas últimas duas semanas o ouro desvalorizou cerca de 7%.
 
Recordo que tínhamos uma posição longa com stop loss a 1289USD. Confesso que na altura, fiquei tentado em cometer um erro de principiante ao baixar o stop loss para os 1280 USD, ou seja, abaixo do nível 50% de fibo, precisamente onde o ouro encontrou pressão comparadora na 6ª feira passada.
 
O que iria acontecer, caso o ouro continuasse a cair, seria exponenciar as perdas e ir contra uma das regras fundamentais da gestão de risco da minha carteira: NUNCA arriscar mais de 3% da carteira em cada trade!
 
Em vez disso, decidi seguir uma das máximas do reconhecido trader Ed Seykota que diz o seguinte: "Quando uma das posições que possuis em carteira começa a tirar-te o sono, corta para metade o tamanho da mesma".
 
Foi precisamente isso que eu fiz. Assumi a perda em metade da posição e na outra metade mantenho em aberto e baixei o stop loss para os 1280USD.
 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Portugal Telecom dá bom ponto de entrada short

Na última análise que fiz à Portugal Telecom, no dia 2 de Março, referi que:
 
“Na minha opinião, a incerteza é elevada e o potencial de valorização das acções da nova empresa dependerá fundamentalmente da concretização das sinergias e da capacidade da equipa de gestão em conseguir crescimento para a Oi. A minha recomendação é de MANTER enquanto negociarmos abaixo dos 3,60/3,70€ e vender caso quebre a Lta em baixa”.
 
Ora, foi precisamente o segundo cenário que se concretizou no dia 13 de Março, ou seja, as acções da PT quebraram, em baixa, a linha de tendência ascendente que vinha suportando a cotação desde 15 de Julho de 2013, com uma desvalorização superior a 2%. Esta quebra aconteceu, depois da agência Moodys, na sua análise à emissão de dívida de empresas dos cinco países da periferia da Europa - Itália, Espanha, Portugal, Grécia e Irlanda, ter concluído que a emissão da Portugal Telecom, em Outubro de 2012, ter sido “a primeira emissão de dívida especulativa ('high yield bond') do país em mais de três anos".
 
Neste momento o potencial é de queda e esperam-se dias de elevada volatilidade para a PT. Só no dia 26 de Março, o dia que antecedeu a assembleia geral marcada para ontem, foram trocadas de mãos 19 milhões de acções.
 
Ontem foi dado mais um passo decisivo para a fusão entre a Oi e a PT. Em assembleia geral, os accionistas da Oi aprovaram o aumento de capital e a avaliação da PT. Já os accionistas da PT aprovaram a avaliação dos activos feita pelo Santander em 1.900 milhões de euros (para efeitos de participação accionista na Oi contam apenas 1.750 milhões de euros, sem contar com os dividendos).

A incerteza é elevada e fica ainda a faltar a captação de investidores para o aumento de capital no valor de sete mil milhões de reais (cerca de dois mil milhões de euros). Dia 16 de Abril será fixado o preço da oferta e no dia 23 de Abril a liquidação financeira. Depois do aumento de capital estar concluído, os accionistas terão ainda de reunir-se para aprovar a fusão que dará origem à nova empresa. Segundo, Henrique Granadeiro, a operação deverá estar concluída só no terceiro trimestre desta ano.

Num movimento muito rápido, a acções da PT acabaram de testar o último mínimo relativo, feito no dia 14 de Março nos 3,101, pelo que decido abrir uma posição curta (short) a este valor com stop loss nos 3,326 (acima da média móvel de 50 dias) e take profit nos 2,76.
 

 
 

quarta-feira, 26 de março de 2014

Declarações de Stevens impulsionam o AUD

O dólar australiano está a valorizar bastante no dia de hoje, após as declarações do governador do RBA, Stevens, esta madrugada. A subida foi motivada não tanto pelo que ele disse, mas mais pelo facto de não se ter pronunciado acerca do que havia dito em Dezembro, que gostaria de ver o par AUDUSD nos 0,85.
 
Esta aparente mudança na política do RBA, de facilitista para neutra, conjuntamente com os estímulos que se esperam para a economia chinesa e o short cover que as recentes subidas provocaram, deverão continuar a sustentar o AUDUSD. Além disso, os dados que têm saído para a economia australiana têm evidenciado uma melhor performance da mesma.
 
A nível técnico, a vela de ontem confirmou em definitivo a activação do padrão de cabeça e ombros invertido e a quebra da média móvel de 200 dias (a preto) em alta. O target teórico deste padrão são os 0,95.
 
Mantemos o nosso trade longo, aberto no dia 19 de Março, com um ganho actual de 120 pips. Actualizamos o stop loss para os 0,9020.
 
 

Actualização da Tabela de Resultados de 2013 das empresas do PSI-20


terça-feira, 25 de março de 2014

Ouro: apesar da queda os fundamentais mantêm-se válidos

O ouro spot esteve ontem sob forte pressão vendedora. A quebra dos mínimos mensais nos 1320 USD activou várias ordens de stop loss, colocadas abaixo desse nível, fazendo também saltar o nosso stop loss colocado a 1314.
 
Os fundamentais, que me fizeram abrir a posição no passado dia 19 de Março, continuam válidos, pelo que opto por reabrir uma nova posição longa a 1306,10 com stop loss nos 1289 (abaixo das médias móveis de 50 e 200 dias) e take profit nos 1408 USD. Recordo que o contrato de Abril do ouro expira depois de amanhã, dia 27 de Março às 15h00 GMT, pelo que deverão abrir a posição no contrato de Junho.
 
Além da China, outros bancos centrais têm vindo a comprar ouro. É o caso do Iraque que comprou 36 toneladas do metal amarelo no mês de Março.
 
 

segunda-feira, 24 de março de 2014

Jerónimo Martins: um Bear Market dentro de um Bull Market


As acções da dona do Pingo Doce, que ocupa a 67ª posição no ranking (divulgado pela Deloitte) das maiores retalhistas do mundo, continuam a surpreender o mercado, mas pela negativa. Enquanto o PSI-20 acumula uma valorização de 11,72% este ano, a Jerónimo Martins resvala quase 14%, em claro contraciclo com o índice.

Desde o máximo registado em Abril de 2013, nos 18,50€ por acção, que as acções já desvalorizaram 33,7%. Aos preços actuais a Jerónimo Martins está avaliada em 7,72 mil milhões de euros.


Mas será a Jerónimo Martins, aos preços actuais, um bom investimento?

No passado dia 25 de Fevereiro, a Jerónimo Martins apresentou os resultados referentes a 2013. Apesar dos lucros terem aumentado 6%, para os 382,3 milhões de euros, estes resultados ficaram claramente aquém das expectativas. Dos 1.146 milhões de euros que o grupo facturou a mais em 2013, face ao ano anterior, 1.009 milhões vieram da actividade da retalhista na Polónia, através da rede de supermercados Biedronka. Relembro o leitor, que a actividade na Polónia representa 76% da facturação total do grupo. O facto do euro ter valorizado muito face ao zloty, sobretudo na primeira metade de 2013, teve um impacto negativo de 39 milhões de euros nas contas do grupo de distribuição, uma vez que apesar das receitas serem em zlotys as contas são reportadas em euros.

Os riscos de investir na Jerónimo Martins…

Quando falamos da Jerónimo Martins temos que falar necessariamente na sua subsidiária polaca a Biedronka. A guerra de preços levada a cabo pela Jerónimo Martins, que se assume como um hard discounter no mercado polaco, bem como o investimento na abertura de nova lojas e o menor crescimento das vendas comparáveis, tem levado a uma diminuição das margens de lucro.
Estes factores, associados ao risco de abrandamento da economia portuguesa e ao efeito que o aumento dos impostos terá nos hábitos de consumo dos portugueses são, na minha opinião, os principais condicionantes na evolução dos títulos em bolsa.

Os principais catalisadores…

A avaliar pelos resultados apresentados pela empresa no ano passado, as vendas em Portugal, através da cadeia de supermercados Pingo Doce, aumentaram e a margem dos supermercados deverá continuar a aumentar este ano com a publicação da nova lei que regula as negociações entre a distribuição e os seus fornecedores. O diploma, que entrou em vigor no dia 25 de Fevereiro, deverá levar a um aumento das vendas das marcas próprias da cadeia Pingo Doce.

No mercado polaco, os planos de expansão da marca poderão surtir efeito nos próximos anos e gerar um aumento das receitas. Recentemente, a Jerónimo Martins apresentou uma autorização, junto da Autoridade de Concorrência e Defesa do Consumidor da Polónia, para comprar 11 lojas da cadeia concorrente Marcpol. A Marcpol é uma cadeia de supermercados, com sede em Varsóvia, que existe há 25 anos e que tem mais de 60 lojas. As perspectivas de valorização do zloty para este ano, também poderão ajudar a melhorar as margens financeiras da empresa neste mercado.

O crescimento também se poderá fazer através das novas áreas de negócio. Na Polónia, a rede de parafarmácias Hebe, registou vendas de 50 milhões de euros no ano passado. E na Colômbia, onde a Jerónimo Martins está apenas há 10 meses, a loja Ara facturou 21 milhões de euros. Apesar da pouca visibilidade que a JM tem na Colômbia, a atractividade deste mercado e o potencial de crescimento que apresenta, mais que justificam o investimento da retalhista neste país.

O que nos diz a Análise Técnica?

Como disse no princípio da análise, nunca é demais frisar que a retalhista vive um bear market em pleno bull market do PSI-20.

A acção tem vindo a quebrar suportes atrás de suportes e a queda dos títulos parece não ter fim. As quedas no preço têm sido acompanhadas de elevado volume, enquanto os períodos de subida/consolidação se têm feito com volumes fracos, salvo raras excepções.

Muito se tem falado, em diversos fóruns e blogues da especialidade, nas figuras de inversão que a Jerónimo Martins tem feito nas últimas semanas e na eventualidade de estar a forma um fundo que levaria a uma correcção de maior proporção. A mais conhecida e falada tem sido o martelo. Trata-se duma vela japonesa em que o corpo da vela é bastante pequeno, quando comparado com a sombra inferior que deverá ser pelo menos 2 a 3 vezes o tamanho deste último, evidenciando uma forte pressão compradora. Já a sombra superior da vela deverá não deverá existir ou ser insignificante. Exemplos disso foram os dias 31/07/2013, 23/01/2014 e mais recentemente 04/02/2014. Ainda assim, apenas serviram para suster um pouco as quedas e ajudar acção a ganhar força para novo movimento baixista.

No passado dia 14 de Março, a acção testou pela primeira vez mínimos de 2 anos nos 11,25€. Trata-se não só de uma importante zona de suporte como também do nível 38,2% de fibonacci de todo o Bull Market que acção viveu entre 2009 e 2013.

Será suficiente para um rebound significativo?

Só o tempo o dirá, mas a quebra em alta dos 12,80, que significaria o fecho do gap que acção deixou em aberto no dia a seguir à apresentação de resultados, daria um primeiro sinal de que os bulls estariam novamente a comandar a acção. Nesse cenário, a próxima resistência estaria nos 13,50€.

Pessoalmente estou de fora e assisto ao desenrolar dos desenvolvimentos com alguma prudência. Caso quebre, em baixa, os mínimos do ano nos 11,25€ passo a estar pessimista novamente.
 
 

sábado, 22 de março de 2014

Os CTT ingressam no PSI-20 já a partir de 2ª feira

Desde que a Euronext anunciou oficialmente a entrada no PSI-20, no passado dia 21 de Fevereiro, os CTT valorizaram mais de 10%. A capitalização bolsista da operadora postal aumentou 96 milhões de euros e encontra-se, agora, nos 1.200 milhões de euros.
 
A entrada da empresa no índice principal da bolsa lisboeta, vem dar maior peso ao sector dos serviços e contribuir para diversificar e modernizar a composição do mesmo.
Na análise feita aos CTT, no dia 13 de Março (vd. análise completa AQUI) foi dito o seguinte: "Na minha opinião, e apesar da turbulência causada pela tensão na Ucrânia nas últimas semanas, as acções dos correios, por estarem inseridas num sector mais defensivo, continuam a apresentar potencial de valorização, pelo menos até à entrada da acção no índice principal PSI-20 a 24 de Março. Por essa altura, a entrada no PSI-20, que vem dar maior visibilidade à empresa, já se encontra descontada no preço, e deveremos assistir a uma correcção".
 
Desde a data da publicação dessa análise, as acções dos CTT valorizaram quase 11%, tendo fechado a subir 1,78% só na sessão de 6ª feira.
 
"Comprar no rumor e vender na notícia": esta é uma das frases mais conhecidas no mercado bolsista e que se aplica na íntegra a situação dos CTT. Os investidores compraram acções na expectativa de que a empresa passasse a ser cotada no índice principal da bolsa portuguesa e, quando a empresa ingressa efectivamente no índice principal, assiste-se a uma correcção dos títulos. Posto isto, reitero a minha opinião de que poderemos assistir a uma correcção do título, durante alguma sessões.
 
PS: Impresa e Teixeira Duarte são as outras duas empresas que passarão a integrar o PSI-20 a partir de 2ª feira.
 

sexta-feira, 21 de março de 2014

"Golden Cross" no Ouro faz disparar ordens automáticas de compra

A nível técnico, a abertura da sessão de hoje foi marcada pelo aparecimento dum "Golden Cross".
 
Golden Cross é um indicador técnico de longo-prazo, muito seguido pela comunidade de investidores, e que representa uma inversão da tendência. O indicador consiste no cruzamento, em alta, da média móvel de 50 dias com a de 200 dias. 
 
Trata-se dum sinal técnico pouco comum e que costuma ser usados em sistemas automáticos de trading. A detecção deste tipo de sinal, faz com que milhões de sistemas de trading automáticos disparem ordens de compra ao mercado, influenciando positivamente o mercado.
 
O ouro já fez um máximo diário nos 1342,65 USD, encontrando-se neste momento a valorizar cerca de 0,5%.
 
Recordo que o trade que abrimos longo em ouro, no dia 19 de Março, continua aberto.
 
 

quinta-feira, 20 de março de 2014

Os 3 motivos que me levam a comprar Açucar

Desde o ínicio do ano o acúcar valorizou cerca de 20%, depois de ter atingido mínimos de 3 anos em Janeiro.
 
Após de uma queda de 16% em 2013, a maior queda anual desde 1992, o acúcar atingiu mínimos de 3 anos em Janeiro deste ano. Desde então, as secas que se fizeram sentir no Brasil (o maior produtor e exportador mundial de açucar) levaram o açucar a valorizar cerca de 20%.

Por detrás desta subida está também a intervenção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que desde Setembro do ano passado tem intervindo no mercado do açucar de modo a “salvar” alguns dos maiores produtores da bancarrota.  O USDA está a comprar açucar aos produtores a um preço superior ao do mercado e a vendê-lo, com perda, aos maiores consumidores. A divulgação desta  medida tem chamado a atenção dos investidores que reagem comprando futuros do açucar e contribuindo para o rebound actual no preço do mesmo.
Apesar do nível relativamente alto de inventários de açucar, após 4 temporadas de excedente de produção, o efeito cumulativo dos preços baixos do açucar e as maiores margens na soja, milho e trigo, poderão levar a uma queda drástica nos inventários para a temporada 2014/2015.
O que nos diz a Análise Técnica?
Desde que iniciou o rally ascendente que o açucar negoceia dentro de um canal ascendente (a azul no gráfico). O toque no limite superior do canal coincidiu com as notícias dum aumento das chuvas no Brasil, fazendo com que açucar desvalorizasse quase 5,5% na semana passada.
Segundo a Commodity Weather Group, nos primeiros 10 dias de Março, a chuva em São Paulo (o maior estado produtor de cana de açucar) duplicou comparativamente com o mês de Fevereiro. As perspectivas para os próximos 15 dias são de continuação das chuvas.
Nos últimos 3 dias o açucar formou um padrão de morning star e testou com sucesso a sua média móvel de 50 dias (preto). Além disso encontra-se muito perto do limite inferior do canal ascendente, pelo que decidimos comprar açucar a 17,08 USD com stop loss a 16,70 e take profit a 18,60.
 

quarta-feira, 19 de março de 2014

Principais Conclusões da Conferência de Imprensa da FOMC

Na conferência de imprensa desta tarde, com início às 18h00 GMT, e tal como era esperado pelo mercado, a FED cortou em 5 mil milhões de dólares as compras de obrigações do tesouro americano e 5 mil milhões em MBS.
 
A taxa directora da FED manteve-se inalterada nos 0,0 - 0,25% e alguns membros da FED disseram mesmo que seria expectável ver a taxa nos 1% em 2015. Esta foi mesmo uma das conclusões mais importantes da primeira conferência de imprensa com Yellen á frente da FED. Yellen disse que passados 6 meses após o fim do programa de QE, previsto para o final do ano, poderá haver um aumento da taxa de juro.
 
Ficou assim bem claro que a FED pretende deixar a sua política altamente acomodativa. Em reacção o dólar valorizou e o nosso primeiro trade em ouro, aberto no dia 5 de Março, foi fechado com um ganho de 15,60USD por cada onça comprada.

Cobre faz novos mínimos anuais

Após a abertura dos mercados do outro lado do Atlântico, as acções americanas encontram-se sob forte pressão vendedora, antes da conferência de imprensa da FOMC às 14h30.
 
No mercado dos metais, o cobre atingiu os mínimos de 2014 e activou o nosso stop loss colocado nos 292 USD.
 

Mas afinal devemos comprar ou vender Ouro?

O ouro atingiu o seu máximo histórico, nos 1923USD por onça, em Setembro de 2011. Desde essa data até meados de 2013, assistimos à lateralização do preço do ouro entre os 1530 e os 1800 USD.

A quebra, em baixa, do importante suporte nos 1530 USD em Abril de 2013, fez com que o movimento de queda acelerasse e levasse o ouro a desvalorizar aproximadamente 30% esse ano.

O início de 2014 tem sido bastante bom para quem está investido em ouro, tendo o metal precioso valorizado 12,9% ao invés do dólar que caiu 1,2% no mesmo período (recordemos que o ouro e o dólar têm uma correlação inversa).

A pergunta que se nos coloca é saber se será apenas uma correcção do forte movimento descendente, a que assistimos no ano passado, ou o início de um novo movimento ascendente rumo aos máximos históricos?

Analisemos os factores fundamentais que, na minha opinião, poderão levar o ouro a ser um dos melhores investimentos de 2014!

O papel dos bancos asiáticos no mercado cambial

As reservas mundiais de dólares têm subido muito nos últimos anos, a um ritmo semelhante ao défice comercial americano no mesmo período. A queda da moeda verde tem sido temporariamente contida pelas compras dos bancos asiáticos que detêm actualmente dois terços do total das reservas mundiais de dólares. Sem a intervenção dos bancos centrais asiáticos, a América não seria capaz de financiar os seus défices sem taxas de juro mais elevadas ou sem uma queda acentuada do dólar para níveis inferiores aos actuais.

O principal motivo por detrás destas compras de dólares é a manutenção da competitividade dos países que necessitam crescer através de um aumento das exportações. Estes países, cujas economias dependem das exportações, necessitam de manter as suas moedas baixas em comparação com o dólar americano. No caso da China, em particular, a desvalorização do dólar permite-lhe manter a sua competitividade, uma vez que desde 1995 a sua moeda o yuan, ou renmimbi, está indexada ao dólar. A sua indexação significa que cai na mesma proporção que o dólar face às outras moedas.

Grande parte dos dólares adquiridos são depois usados na compra de Obrigações americanas, enviando os dólares de volta para os EUA. Estes países acabam por funcionar como credores permitindo ao governo americano financiar-se a taxas de juro baixas, o que ajuda os americanos a consumirem bens asiáticos.

Se os bancos centrais destes países pararem de comprar a moeda americana, o dólar poderá cair mais 50%, provocando o colapso da moeda e da procura do consumidor americano, provocando depois o contágio a nível global. Posto isto, a queda do dólar não só irá diminuir a competitividade exportadora dos países como vai levar os bancos centrais a perderem biliões no valor das suas reservas cambiais e instrumentos de dívida americanos.

China, a maior detentora mundial de dólares…

Neste momento, a China tem entre mãos um grande problema (que todos gostaríamos de ter): muito dinheiro!

São mais de $3,4 biliões em euros, ienes, libras e principalmente dólares. Mais de metade das suas reservas de moeda estrangeira são dólares, aproximadamente $2 biliões.
 
 
O problema da China é o dólar está em constante depreciação. Comparando com o dólar de há 100 anos atrás, o dinheiro de hoje daria para comprar aproximadamente 4% do que dava anteriormente. Isto significa que a China está actualmente sentada numa montanha de dinheiro que vai erodindo constantemente. À taxa de inflação actual, o poder de compra chinês em moeda verde cai $40 mil milhões por ano.

São $110 milhões por dia … $4,5 milhões por hora … $76.000 por minuto!
 
Não há saída fácil para a situação actual. A forma de ajustamento do dólar vai determinar a dimensão do impacto para as economias. É duvidoso que seja feita de uma maneira suave, pelos governos.

Grandes investidores como Warren Buffet, Sir John Templeton e George Soros têm vindo a avisar sobre a queda do dólar e a investir de acordo com essa convicção.


E o que realmente interessante para nós investidores…

As reservas de ouro da China não são actualizadas pelo ministro do comércio desde 2008. Nessa altura, o último relatório aponta 1.057 toneladas de ouro.
Nos últimos anos a taxa de aquisição de ouro tem vindo a aumentar substancialmente. Só em Março de 2013, quando o preço do ouro caiu 10% abaixo dos máximos de 2011, os chineses compraram 223,5 toneladas de ouro.
Os chineses continuam silenciosos no que respeita à divulgação de quanto ouro possuem. O que se sabe é que a perda de valor da moeda verde faz com que eles se queiram livrar rapidamente da mesma.
A resposta é comprar ouro … muito ouro!
Para converter a totalidade dos $3,4 biliões em moeda estrangeira eles precisariam de comprar 77.000 toneladas de ouro. Como é óbvio nenhum país tem a totalidade das suas reservas em ouro … nem mesmo os Estados Unidos que mantém 76% das suas reservas em ouro.
Assumindo a mesma proporção de 76%, uma vez que as reservas de moeda estrangeira da China são 22 vezes maiores que as dos Estados Unidos, a China precisaria de comprar 58.000 toneladas de ouro, ou seja, cerca de um terço do totalidade de ouro alguma vez extraído.
A China não tem muito por onde escolher: pode sentar-se e assistir ao seu dinheiro a desaparecer ou pode começar a comprar todo o ouro que encontrar!
Qual das opções escolheriam?
A que perdeu 30% nos últimos 10 anos, ou a que ganhou 400% no mesmo período?

 Juntando tudo, temos os ingredientes necessários para tornar o ouro num dos melhores investimentos de 2014.

Decidimos reforçar a posição de ouro, que temos em carteira desde 5 de Março, comprando a 1353,35 com stop loss a 1314 e take profit a 1408.

Terá o AUDUSD activado o H&S em definitivo?

A vela diária de ontem fechou bastante acima da resistência e neckline do padrão H&S nos 0,9080.
 
O dia de hoje abriu em baixa, esperando-se um pull-back à neckline, antes de novo movimento impulsivo.
 
Decidimos abrir um longo em AUDUSD a 0,9112 com stop loss a 0,8990 e take profit nos 0,9320.
 
 

segunda-feira, 17 de março de 2014

A situação actual e a sua repercussão no índice PSI-20

O apetite pelo risco voltou aos mercados, após o referendo deste domingo na Crimeia.
 
Os resultados foram esclarecedores: tal como era esperado, 97% dos participantes votaram a favor da integração na Rússia. No entanto, estes resultados não foram reconhecidos e foram mesmo apelidados de “ilegais” pelos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia que preparam sanções. Embora um eventual confronto armado pareça estar para já postos de parte, a Casa Branca disse que Barack Obama ordenou o congelamento de activos de cidadãos russos. Outro tipo de sanções, como a imposição de limitações à importação de energia, parecem altamente improváveis, uma vez que levariam à escalada do preço das mercadorias energéticas e consequentemente afectariam as economias ocidentais.
 
O respirar de alívio por parte dos investidores, perante a diminuição da probabilidade da escalada de tensão entre a Rússia e a Ucrânia, levaram os investidores a voltarem ao mercado de rendimento variável e a recomprarem as posições de que se haviam desfeito na semana passada.
 
Os activos refúgio como o ouro, as Bunds (obrigações alemãs a 10 anos) e os ienes, foram fortemente vendidos.
 
Por cá, o PSI-20 fechou a valorizar quase 2%, com 19 cotadas em alta, sobretudo impulsionado pelo sector da banca.

A nível técnico a semana passada foi bastante interessante. Os primeiros três dias da semana formaram um padrão de inversão chamado evening star. Para quem não conhece este tipo de padrão, constituído por velas japonesas, aqui fica uma breve explicação:

Evening Star é um padrão de reversão duma tendência ascendente para descendente, composto por três velas:
  • Vela 1: uma vela branca grande que mostra que os bulls controlam o mercado;
  • Vela 2: uma vela star;
  • Vela 3: a última vela do Evening Star é uma vela com o corpo preto e que penetra no corpo da primeira vela, mostrando que os bears ganharam o controlo.
 
A 5ª feira confirmou a formação do padrão com uma queda do PSI-20 de 2,5%. Na sexta-feira, a praça lisboeta abriu com um gap em baixa, mas a forte pressão compradora, na zona de suporte dos 7150 (antiga resistência dada pelos máximos de Janeiro), acabou por levar o mercado a recuperar e a formar uma vela de martelo (vela de inversão de tendência).

Neste momento, o índice PSI-20 tem cerca de 3% de potencial de valorização, até ao máximo anual nos 7667 pontos. Se esta resistência for ultrapassada, o próximo nível de resistência situa-se nos 8200 pontos.

Para já não há que recear uma inversão de tendência de médio prazo, pelo menos enquanto o suporte dos 7150 pontos não for quebrado.
 
 

sexta-feira, 14 de março de 2014

S&P500 Quebra o Canal Ascendente

Na análise que fiz há dois dias ao índice americano, alertei para a possibilidade do S&P500 quebrar, em baixa, o canal ascendente em que negociava desde o início do mês de Fevereiro.

Os receios dos investidores em relação ao referendo na Crimeia, agendado para este domingo, a par da ameaça permanente de conflito armado, têm levado os investidores a desfazerem-se das suas posições no mercado accionista. O S&P500 confirmou hoje a quebra do canal em baixa, atingindo o suporte dos 1850 pontos.

O próximo nível de referência são os 1830 pontos (média móvel de 50 dias).




Estatísticas da Carteira 2014 (Actualização)


Trigo e Ouro (Actualização)

Fechamos o nosso trade em Trigo nos 679 USD, com um ganho de 26 USD por cada 100 bushel, e subimos o stop loss do ouro para os 1350 USD,  garantindo ja um ganho de 15,60 UDS por onça.

quinta-feira, 13 de março de 2014

As acções dos CTT continuarão a dar cartas?

A Oferta Pública de Venda
 
O programa de ajustamento económico e financeiro imposto pela Troika a Portugal, na sequência do pedido de resgate em Abril de 2011, obrigava o Estado português a redimensionar a sua presença na economia, através da alienação de diversas empresas onde o Estado era accionista maioritário, entre as quais os Correios de Portugal.
 
 
 
A opção do governo passou pela privatização de 70% do capital dos CTT em bolsa, correspondente a 105 milhões de acções, dum total de 150 milhões de acções representativos de 100% do capital social. Esta operação seguiu a tendência do que havia acontecido recentemente na Europa com a privatização da belga BPost e do britânico Royal Mail. Recordemo-nos que a última operação de entrada em bolsa deste género foi há cinco anos, protagonizada pela EDP Renováveis.
 
A entrada em bolsa dos CTT foi concretizada através de uma oferta pública de venda (OPV) destinada a investidores particulares e funcionários da empresa, e de uma venda directa destinada a investidores institucionais. O grande objectivo desta OPV foi dotar a empresa de uma estrutura accionista diversificada, com uma importante base de investidores de retalho.
 
O intervalo de preço fixado pelo Governo foi entre os 4,10 euros e os 5,52 euros, o que avaliava a empresa entre os 615.000.000 e os 828.000.000 milhões de euros, respectivamente. Os trabalhadores da empresa beneficiaram dum desconto de 5% mas estavam obrigados a deter a acção em carteira até ao passado dia 5 de Março.
 
A forte procura por parte dos investidores institucionais, levou o governo a fixar o preço final no limite superior do intervalo, ou seja, nos 5,52 euros. A procura por parte dos pequenos investidores também foi elevada, com os CTT a apresentarem-se com uma das empresas com o dividend yield mais elevado e com a empresa a comprometer-se a manter um pay out ratio (percentagem do lucro que é distribuído aos accionistas sobre a forma de dividendo) superior a 90% em 2014.
 
Desde a sua entrada em bolsa, a 5 de Dezembro de 2013, que os CTT já valorizaram 32,43%. A conjuntura actual, com os juros da dívida portuguesa a baixarem em todos os prazos, a divulgação de várias entradas no capital dos CTT por parte de grandes empresas como a BlackRock, a UniCredit, a Goldman Sachs e alguns fundos de investimentos nacionais, a recuperação operacional que administração levou a cabo e a elevada atractividade dos dividendos têm contribuído para o bom desempenho das acções dos CTT.
 
Resultado líquido aumentou 70% em termos homólogos
 
Os CTT apresentaram ontem resultados, referentes ao exercício de 2013, de 61 milhões de euros, o que compara com os 35,7 milhões do ano anterior (um aumento de 70%).A contribuir para estes resultados esteve a área de serviços financeiros (os seguros de capitalização e os títulos de dívida pública foram determinante para a evolução dos resultados da empresa), o aumento do tráfego de encomendas em Portugal e Espanha  e a redução dos custos operacionais em 4,5%, o que superou a quebra das receitas de 1,3% para os 704,8 milhões de euros.
 
Em comunicado, os CTT confirmaram ontem que vão propor, em assembleia geral, o pagamento de um dividendo de 40 cêntimos por acção aos seus accionistas, o que confere um dividend yield de 5,47% (à cotação de fecho de hoje). Apesar da forte subida dos títulos, desde a entrada em bolsa, este dividendo continua a ser um dos mais rentáveis da praça portuguesa.
 
Os riscos de investir nos CTT
  • Exposição elevada á economia portuguesa: Portugal representa 90% das vendas, donde uma evolução negativa da economia representa um risco importante para o negócio dos CTT;
  • A forte dependência de grandes clientes: a perda de grandes clientes poderá ter um impacto grande na receita;
  • Dividendos elevados comprometem expansão do negócio: o elevado dividendo pago pelos CTT é favorável aos accionistas mas poderá comprometer a política de expansão e internacionalização dos CTT, ao deixar pouco lucro disponível para ser reinvestido no negócio;
  • Nos últimos dias tem-se noticiado a possibilidade de o Governo antecipar a alienação dos restantes 30%, detidos pela Parpública, o que, de acordo com o prospecto da oferta inicial, estaria impedido de fazer até Setembro. Esta venda poderá ser prejudicial, a curto prazo, uma vez que a liquidez adicional poderá fazer com que haja um excesso de pressão vendedora, mas benéfica a longo prazo com o aumento do free float.
Factores Positivos
  • Remuneração accionista elevada: a empresa apresenta um dos dividend yield mais elevados da praça portuguesa. À cotação de fecho de hoje, o dividend yield é de 5,47%;
  • Empresa sem dívida: a empresa não apresenta dívida e apresenta um cashflow elevado;
  • Cobertura por todo país: a rede de estações dos CTT e parceiros aderentes é bastante abrangente e permite á empresa reforçar a sua posição em algumas áreas sem ter que incorrer em custos elevados;
  • O aumento dos preços de produtos de correio interno, a concretizar em Abril;
  • A venda de obrigações soberanas nos balcões dos correios.
O que nos diz a Análise Técnica?

A análise técnica pressupõe a existência de um histórico de cotações considerável, de modo a ser possível extrapolarmos eventos passados no futuro.
 
Ora, a recente entrada em bolsa dos CTT não permite o cumprimento desse requisito, pelo que não faz muito sentido analisar tecnicamente o título. De qualquer maneira, existem já alguns níveis de preço de referência a que devemos prestar alguma atenção. São eles os suportes dos 6,20€, 6,58€ e 6,85€ e a resistência dada pelo máximo absoluto nos 7,50€, aproximadamente.
 
Conclusão

Na minha opinião, e apesar da turbulência causada pela tensão na Ucrânia nas últimas semanas, as acções dos correios, por estarem inseridas num sector mais defensivo, continuam a apresentar potencial de valorização, pelo menos até à entrada da acção no índice principal PSI-20 a 24 de Março. Por essa altura, a entrada no PSI-20, que vem dar maior visibilidade à empresa, já se encontra descontada no preço, e deveremos assistir a uma correcção.

Tendo em conta os resultados de 2013 divulgados ontem, os CTT apresentam um PER de 17,98 que está um pouco acima da média do sector.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Incumprimento da Dívida na China Provoca Sell-Off no Cobre

Durante esta madrugada, os mercados accionistas asiáticos caíram bastante com receios em relação a mais incumprimento da dívida na China. O índice nipónico Nikkei 225 caiu abaixo dos 14900 pontos, penalizado sobretudo pelas acções do sector das telecomunicações e materiais, depois da negociação das obrigações da empresa Baoding Tianwei Baobian ter sido suspensa durante 2 horas.
A preocupação dos investidores quanto a um possível efeito contágio, levaram os preços do cobre a cair para mínimos de 4 anos, uma vez que a China é responsável por 40% do consumo global de cobre. O cobre é usado sobretudo como colateral no financiamento às empresas e no sector da construção.
Nas últimas 4 sessões, o cobre desvalorizou quase 8%, estando hoje a testar mínimos de 2010 nos 300 USD. Apesar da tendência ser claramente descendente, um olhar atento aos indicadores de momentum, mostra-nos níveis de sobrevenda extremos. O indicador RSI está nos 20, algo que não acontecia desde Setembro de 2011, altura em que o cobre valorizou cerca de 25% em apenas um mês. Este factor técnico, conjugado com o facto do cobre se encontrar a testar o importante suporte dos 300 USD e da vela diária de hoje ser um doji (vela japonesa com sombra superior e inferior e com um corpo muito pequeno, o que mostra equilíbrio entre a pressão compradora e vendedora), levam-me a abrir uma posição longa a 298,70 com stop loss a 292 e take profit na resistência dos 312.
 
Apesar da relação retorno/risco do investimento ser de 1:2, uma vez que investimos contra a tendência principal, opto por assumir um risco de 2% da carteira, em vez dos habituais 3%.
 

terça-feira, 11 de março de 2014

AUDUSD (ACTUALIZAÇÂO)

Os rumores sobre possível novo incumprimento por parte de uma empresa chinesa, levou a um forte sell-off nos metais, matérias-primas energéticas e commodity currencies, como é o caso do AUDUSD.
 
O stop loss das ordens abertas no dia 6 de Março e no dia 27 de Fevereiro em AUDUSD foram activados a 0,9020 com resultados de -78,8pips e +92pips, respectivamente.

Análise ao S&P500

As últimas semanas têm sido bastante proveitosas para quem está exposto ao mercado accionista americano. A pressão compradora nos índices americanos continua bastante forte, ao contrário dos europeus que se encontram em consolidação há várias semanas e dos emergentes que têm caído bastante.
 
A análise de hoje é sobre o índice americano S&P500, que agrega as 500 maiores empresas americanas em termos de capitalização bolsista.
 
A meu ver o potencial de subida no curto prazo é limitado, quer por razões geopolíticas, quer pelo fraco crescimento a nível mundial, quer pelo tapering iniciado pela Reserva Federal Norte Americana, entre outros factores.
 
Do ponto de vista técnico, o S&P500 encontra-se a negociar num canal ascendente de médio a prazo (a azul no gráfico). A detecção atempada deste tipo de padrões técnicos, gera boas oportunidades de trading (shortar junto do limite superior e alongar junto do limte inferior). Neste momento, o índice está a testar o limite inferior deste canal, podendo oferecer um bom ponto de entrada longa ou, em caso de quebra em baixa, de entrada curta no índice. Se reagir em alta nesta zona, poderemos esperar um teste aos máximos anuais nos 1888 pontos. Caso contrário, a sua quebra poderá levar o índice a testar a sua zona de suporte nos 1850 pontos ou 1830 (média móvel simples de 50 dias).
 
 
Correlação inversa entre o VIX e o S&P500 em 80% das vezes
 
O VIX é um índice (calculado pela Chicago Board Options Exchange) que mede a volatilidade implícita do S&P500, ou seja, a expectativa do mercado em relação à volatilidade do índice S&P500 para um período de 30 dias. O índice é medido em termos percentuais. Por exemplo, se o VIX estiver a 15%, significa que a espectativa anualizada do mercado é que haja uma variação do S&P500 de 15% durante os próximos 30 dias; daqui, podemos inferir que os mercados de opções esperam que o índice S&P500 suba ou desca 15%/√12 = 4,33% durante os próximos 30 dias.
O gráfico abaixo mostra a relação entre o S&P500 e o VIX durante todo o ano de 2013 e princípio de 2014, numa base diária. A sua análise permitiu concluir que o VIX se movimenta na direcção oposta ao S&P500 em 80% das vezes, ou seja, quando o VIX está em máximos o S&P está em mínimos relativos e vice-versa.
 
Neste momento, o VIX encontra-se perto dum suporte importante nos 13,50 e com potencial de subir até aos 16,75. Uma ida à zona de resistência dos 16,75, significa que os investidores estão a comprar voltatilidade, fazendo hedging dos seus portfólios face a uma eventual queda do S&P500 e, por arraste, dos principais índices a nível mundial.
 
 
 
Nas próximas sessões, deveremos monitorizar o comportamento do VIX e atentar ao comportamento do S&P500 no limite inferior do canal ascendente em que negoceia.

 

Trigo (Recomendação)

Na sequência da análise feita ontem ao trigo, entramos longos no contracto de trigo, para entrega em Maio, a 653USD.
 
Depois dum teste aos 38,2% de fibonacci, o trigo acabou de quebrar, em alta, um canal descente em gráfico horário.
 
O stop loss deverá ser colocado no 612USD e o take profit nos 700USD.
 
 

Actualização da Tabela de Apresentação de Resultados (PSI20)

Altri, Cofina e REN apresentaram resultados referente ao exercício de 2013 nos últimos dias. Deixo a tabela actualizada.
 
 

segunda-feira, 10 de março de 2014

Trigo: Oportunidade de Compra a Médio/Longo Prazo

Na minha opinião é no mercado agrícola que continuam a existir algumas oportunidades de compra nas commodities. A análise de hoje centra-se no trigo, depois da divulgação dos relatórios das colheitas esta tarde pelo USDA (United States Department of Agriculture).
 
Mesmo depois da recente subida de 18,4% do preço do trigo, numa perspectiva de longo prazo (a 5 anos) o preço do trigo continua barato e bastante sobrevendido (considerando posições não comerciais). Esta afirmação é consubstanciada pelos baixos níveis de inventários actuais, que se traduzem em aproximadamente 11 semanas de consumo.
 
Oferta e Procura
A oferta excendentária deverá manter-se nas duas próximas temporadas, mas deverá cair 26 milhões de toneladas em 2014/2015 e 5 milhões de toneladas em 2015/2016. O crescimento da procura deverá manter-se estável nos 3%, potenciado pelo crescimento da população a nível mundial. A queda anunciada do excedente de produção e os baixos níveis de inventários, fazem com que o preço do cereal seja muito sensível a qualquer problema no que toca à qualidade das colheitas e exportação da matéria-prima pelos principais produtores (Estados Unidos, América do Sul, Rússia e Ucrânia).
O IGC (International Grains Council) reviu em baixa a sua previsão de plantação de trigo para 2014 para 696,3 milhões de toneladas dos anteriores 697 milhões de toneladas. O downgrade reflecte um corte de 500.000 hectares de área de cultivo a nível mundial, principalmente na Ucrânia, onde o tempo húmido dificultou o semeio durante o Outono, e na Turquia, onde as plantações foram atingidas pela seca, seguida de tempo frio, levantando preocupações acerca da qualidade das
O faz mexer o preço actualmente?
Nas últimas semanas o preço de cada bushel de trigo disparou nos mercados internacionais. Esta valorização reflecte as preocupações dos investidores em torno da crise geopolítica na Ucrânia. A convocação dum referendo na Crimeia sobre a possibilidade da região passar a integrar a Rússia, provocou um spike no preço do trigo.
Apesar de haver poucas evidências em relação aos efeitos que esta crise possa ter na exportação do cereal por parte da Ucrânia (6º maior exportador a nível mundial), a mera possibilidade de que possa haver interrupções no fornecimento do cereal, leva o preço a disparar.
A Ucrânia exportou 25 milhões de toneladas de trigo desde Julho de 2013 até agora, prevendo-se que ainda possa exportar 8,7 milhões de toneladas nos restantes 4 meses da colheita.
Previsões de seca
O USDA  estima que a seca nos Estados Unidos deverá continuar durante as próximas semanas. A más condições meteorológicas, com o inverno frio e seco, tem prejudicado as plantações de trigo. A título exemplificativo, o estado do Kansas (maior produtor do cereal), teve um rácio entre plantações de boa qualidade/má qualidade de 34%, menos 1% que no mês anterior. Nos restantes estados as quedas neste rácio foram ainda mais acentuadas.
Relatório de Março do USDA
Hoje pelas 16h00 foram divulgados os relatórios das colheitas de trigo por parte do USDA em linha com o esperado.
- Wheat End Stocks 558 mln vs. Exp. 562 mln (Prev. 558 mln)
- Wheat Production 2130mln vs. Prev. 2130mln
- Wheat Yield Per Acre 47.2 vs. Prev. 47.2
 
Em reacção, o trigo reagiu caiu 2,1%.
O que nos diz a Análise Técnica?
O trigo tem vindo a subir desde o início de Fevereiro, tendo já valorizado 18,4%. Na passada sexta-feira testou uma importante resistência nos 665USD por cada 100 bushel, coincidente com os máximos de Dezembro de 2013.
Na minha opinião, os níveis de sobrecompra ,dados pelo indicador de momentum RSI, e o facto da vela de hoje, em conjunto com a de 6ª-feira, ter formado um bearish engulfing pattern, leva-me a crer que o trigo poderá ainda ter um ligeiro potencial de queda, antes de voltar a subir.
Os níveis 38,2% (633,45) e 50% de fibonacci (624,65) do último swing de alta, oferecem boas oportunidades de compra. Tentaremos uma compra num destes níveis, com stop loss nos 610USD. O objectivo será a zona de preço dos 710USD.