quarta-feira, 23 de abril de 2014

Análise à Soares da Costa

Depois de terem subido mais de 500% desde o início do seu Bull Market, em Abril de 2013, as acções da Soares da Costa não param de cair desde Janeiro, acumulando já uma desvalorização superior a 50%.
 
A pedido de alguns leitores, decidi fazer hoje uma análise à Soares da Costa, uma das empresas de referência no sector da construção civil e infraestruturas em Portugal, com mais de 90 anos de existência. Suplementarmente também tem negócios na área das concessões, imobiliário e Energia (Self Energy).
 
Com a conjuntura no mercado doméstico desfavorável, a Soares da Costa, à semelhança das suas congéneres Mota-Engil e Teixeira Duarte, assume-se cada vez mais como uma empresa de cariz internacional, com 70% do volume de negócios a provir das suas operações em Angola, Brasil, Estados-Unidos (Flórida e Geórgia) e Moçambique.
 
O que esteve por detrás do Bull Market
 
Na tarde de verão, do dia 13 de Agosto de 2013, o anúncio do princípio de acordo, que definia que o empresário angolano iria injectar 70 milhões de euros, através de um aumento de capital, na subsidiária Soares da Costa Construção, levou os investidores a reagirem positivamente à notícia e, no dia seguinte, e acção trepou dos 0,25€ até aos 0,32€ (mais à frente já iremos ver a importância deste nível de preço).
 
O anúncio da aquisição de 66,7% do capital da unidade de construção da Soares da Costa por parte do Angolano António Mosquito, a 26 de Novembro do ano passado, foi o motor para os ganhos expressivos da Soares da Costa até meados de Janeiro de 2014.
 
Desde aí, a subida em bolsa da construtora intensificou-se, acompanhando também o bom desempenho do mercado bolsista português, e suportada pela adjudicação de novos obras além fronteiras.
 
O climax da Soares da Costa aconteceu na semana de 13 a 17 de Janeiro, semana em que foi anunciada a data para a conclusão da operação de aumento de capital, a 12 de Fevereiro. Na manhã do dia 16 de Janeiro, a empresa comunicou à CMVM que ganhou o concurso para adjudicação de uma nova obra no corredor ferroviário de Nacala, no norte de Moçambique, que “consiste no reforço de quatro pontes e na construção de oito novas pontes ferroviárias, com um valor de 30,5 milhões de dólares”, ou seja, 22,4 milhões de euros. Nesse dia, as acções atingiram o máximo anual nos 0,73€, o valor mais alto desde Outubro de 2010, registando um volume de 10 milhões de acções, muito superior à média diária que é de cerca de 483 mil.
 
As últimas semanas
 
As últimas semanas foram marcadas por fortes quedas na Soares da Costa, tendo estabelecido, no dia 16 de Abril, um novo mínimo na anual nos 30 cêntimos por acção, o que significa que, mesmo depois das subidas dos últimos dois dia, a grande maioria dos investidores que compraram acções da construtora esta ano, acumulam perdas.
 
Chamei a atenção, no início do artigo, para os 32 cêntimos, valor máximo que acção havia registado em Agosto de 2013, e que serve agora como suporte da Soares da Costa. Foi precisamente nesta zona de preço, entre os 0,30€ e os 0.32€, que a acção encontrou pressão compradora e iniciou um rally ascendente.
 
As expectativas dos investidores em relação à apresentação dos resultados de 2013 da Soares da Costa, marcada para a próxima semana (dia 29 de Abril), poderão ser motivo suficiente para suportar esta subida por mais uns dias. Para quem comprou agora, ou para quem tem estado a aguentar as quedas desde lá de cima, não faz sentido sair agora, pelo menos enquanto a acção não quebrar os 30 cêntimos em baixa.
 
Acredito que a acção possa atingir a resistência dos 38/39 cêntimos até à próxima 3ª feira, num movimento típico de “comprar no rumor e vender na notícia”. Depois da divulgação dos resultados poderemos voltar às quedas.
 
 

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