terça-feira, 22 de julho de 2014

O novo PSI-19

Depois de ter regressado ao PSI-20 em Junho do ano passado, a gestora da praça lisboeta decidiu retirar a Espírito Santo Financial Group (ESFG) do PSI-20, passando o índice a integrar 19 empresas temporariamente.
 
A negociação das acções da ESFG já estava suspensa desde dia 10 de Julho, depois da própria empresa ter pedido a sua suspensão devido às dificuldades que o seu maior acionista, a Espírito Santo Internacional, estava a sentir. Todo o grupo Espírito Santo tem estado sob forte pressão devido a receios sobre a sua solidez financeira.
 
A empresa saiu hoje do principal índice da bolsa nacional com a sua negociação ainda suspensa e com cada acção a valer 1,185€, menos 77% do que quando foi promovida ao PSI-20 em 24 de Junho de 2012. É o segundo regresso desastroso para o ESFG depois de em 2012, ano em que se iniciou o Bull Market do PSI-20, ter perdido cerca de 10% do seu valor. Se já considerava o ESFG uma empresa desinteressante, o corte no rating da holding pela agência de notação financeira Moody’s em três níveis, de B2 para Caa2, ficando apenas três níveis acima da situação de incumprimento (”default”), acrescido do agravamento do perfil de risco de crédito, levam-me a retirar a empresa do meu radar.
 
A despromoção do ESFG ao PSI-Geral levantou agora um problema para a gestora da praça portuguesa: Qual será a cotada que irá preencher esta vaga já na próxima revisão trimestral em Setembro?
 
Relembro que, no início do ano (Março 2014), entraram em vigor os novos critérios de admissão ao PSI-20 (quem quiser ler os detalhes completos das novas regras poderá fazê-lo aqui). Além da maior exigência no que respeita à percentagem de capital disperso em bolsa (free float), que passa agora a ser de 15%, as empresas candidatas deverão também cumprir um novo critério de elegibilidade: um mínimo de €100 milhões para a capitalização bolsista efetivamente dispersa (Free float market capitalization). É precisamente neste ponto que reside o principal problema. Nenhuma das acções candidatas cumpre o critério dos 100 milhões de euros de capitalização. As duas empresas que estão mais próximas de atingir esse critério são a Espírito Santo Saúde e a Novabase, com capitalizações de 52 milhões e 42 milhões de euros, respectivamente.
 
Contudo, este factor não é de todo preocupante dado que o novo critério de dimensão mínima prevê que o PSI-20 possa ter 18 constituintes.
 
O PSI-20 continua a recuperar das grandes quedas que teve, mas agora com 19 cotadas!
 

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