A Altri é uma empresa de referência no mercado europeu de
produção de pasta de eucalipto branqueado e na gestão florestal. Actualmente, a
Altri desenvolve a sua actividade através de 3 fábricas – a Celbi, a Caima e
Celteio - com uma capacidade anual nominal de cerca de 900 mil toneladas e gere
cerca de 84 mil hectares de floresta em Portugal.
As acções da Altri começaram a cotar em Março de 2005, após o IPO, a 0,55€. Desde essa data que a Altri valorizou cerca de 375% sendo uma das acções mais espectaculares da nossa bolsa. A indústria da pasta de papel está inserida num sector cíclico e portanto muito dependente do estado da economia em Portugal e no mundo, sendo que a Altri assume cada vez mais o seu papel como empresa exportadora, com 94% das vendas de papel a serem feitas no exterior, principalmente na europa (85% do total). Este carácter exportador não deixa de ser influenciado pela conjuntura económica do mercado onde está cotada, pelo que acaba por ser um pouco prejudicada pelas especificidades do mercado português.
Até Junho de 2008, a Altri possuía outra actividade industrial
paralela, através da FRamada, que se dedicava ao retalho de
aços e ao desenvolvimento de soluções industriais de sistemas de armazenagem. O
grupo optou por fazer a cisão da FRamada e concentrar-se apenas no seu core
business, a gestão florestal e a produção de pasta de papel.
As receitas da produtora de pasta de papel subiram 5,5% para os 572,6
milhões de euros, mas também os custos que subiram 7,9% para os 431,2
milhões.
A empresa liderada por Paulo Fernandes conseguiu também reduzir a dívida em
56,5 milhões de euros o que deu um sinal bastante posistivo para o mercado.
Perspectivas Futuras: Principais Riscos e Factores
Catalisadores
Para 2014 prevê-se uma quebra nos preços
do papel BEKP (tipo de pasta de eucalipto), reflectindo o aumento da oferta com
o início da produção de novas unidades industriais na América Latina.
De modo a contrariar esta tendência, a Altri está a
desenvolver um conjunto de projectos de reforço da eficiência operativa que
visam reduzir os custos unitários de produção e aumentar a capacidade
produtiva. Pode ler-se no Relatório e Contas de 2013 que “estão em curso um
conjunto de pequenos investimentos que visam aumentar a capacidade produtiva da
Celbi e da Caima, cuja conclusão se prevê para entre o final de 2014 e o início
de 2015.” Após a conclusão destes projectos, a Caima e a Celbi passarão a deter
uma capacidade instalada de 105 mil toneladas e 700 mil toneladas de pasta de
eucalipto branqueada, respectivamente.
A empresa é a preferida ibérica do sector da pasta de
papel. A maioria dos Bancos de Investimento prefere a Altri à congénere
espanhola Ence, mais prejudicada pela exposição à proposta de reforma
energética em Espanha. Por outro lado a Altri consegue gerar um elevado
cash-flow que poderá ser usado na amortização da dívida que neste momento se
situa nos 563 milhões de euros.
O que nos diz a Análise Técnica?
A Altri iniciou o seu Bull Mrket no verão de 2012, tal
como a grande maioria das acções que compõem o PSI-20. Desde então, valorizou
cerca de 200%, tendo feito o seu máximo no dia 7 de Março a 2,99€ por acção.
Os preços-alvo recentes que têm vindo a ser atribuídos
pelas casas de investimento, têm impedido a progressão das acções em bolsa, que
desvalorizou cerca de 13% desde o seu máximo anual.
Neste momento a acção encontra-se no limite superior da
importante zona de suporte entre os 2,62€ e os 2,55€. A acção encontra-se
também muito perto de testar a linha de tendência ascendente que vem suportanto
a cotação desde Julho de 2013 e poderá estar prestes a ter um terceiro ponto de
toque, reforçando assim a sua validade.
É uma acção que tenho debaixo de olho e a que estarei
atento para possíveis compras na zona actual (de preferência mais perto dos
2,55€).
Ao preço de fecho de 6ª feira, a Altri vale 535,4 milhões de euros em
bolsa. Um valor 15% superior à capitalização bolsista no final do ano
passado.
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