Num dia de fraca liquidez, motivado pelos feriados nos
Estados Unidos (Memorial Day Holiday) e no Reino Unido (Spring Bank Holiday),
as acções europeias negoceiam em máximos desde 2008, em resposta à vitória de
Petro Poroschenko nas eleições presidenciais da Ucrânia e às declarações de 6ª
feira passada em que Putin disse que iria trabalhar em conjunto com o
presidente eleito.
Ao invés das presidenciais na Ucrânia, os resultados das
eleições para o Parlamente Europeu, foram surpreendentes. O povo saiu à rua e
votou nos partidos anti-europeus e de extrema direira, conseguindo 130 lugares
dos 751 disponíveis (o que deverá coloca-los como terceira força política). De especial
referência foram os resultados em França, em que o partido da Frente Nacional,
de Marine Le Pen, quadriplicou a percentagem de votos de 2009 e ganhou com 25%
e o partido grego anti-austeridade Syriza.
Na minha opinião, esta vitória marca uma inversão do
sentimento na maioria dos países europeus, com os eleitores a mostrarem claro descontentamento
face às políticas adoptadas e a evidenciar algumas fragilidades em relação ao
projecto da zona euro. A situação na Ucrânia também ainda não está completamente
resolvida, pelo que a instabilidade e nervosismo nos mercados financeiros
poderá voltar.
Num artigo que fiz há uns tempos, chamei a atenção para a
correlação inversa que existe entre o VIX e o S&P500, ou seja, quando o VIX
está em mínimos, o S&P500 está em máximos, e vice-versa. Neste momento, o
VIX cota em mínimos de 2007 (ano em que começou a crise do subprime) e poderá
evidenciar que o mercado começar a aproximar-se dos máximos e poderá estar em
fase de distribuição. Para já mantenho-me muito cauteloso e com uma baixa
exposição ao mercado acionista (leia-se posições longas).
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