terça-feira, 24 de junho de 2014

O fim do Bull Market do BES

O problema da sucessão na gestão do grupo continua a penalizar as acções do BES que hoje cotam em mínimos anuais, depois de terem quebrado o último mínimo relativo dos 0,8350€.
Além do problema da sucessão, o BES também se encontra “a braços” com a situação do BES Angola, o regresso à rentabilidade no mercado nacional e o elevado endividamento do banco, pelo que prevejo um período de elevada volatilidade até à assembleia geral extraordinária, convocada para dia 31 de Julho de 2014.
 
As fortes quedas que os títulos do BES têm registado espelham bem o descontentamento dos investidores em relação à aposta da família na continuidade, através da nomeação de Morais Pires. Os investidores prefeririam uma ruptura com a estratégia actual do banco, através da nomeação dum gestor independente que garantisse uma reestruturação do mesmo.
 
Desde que o BES anunciou o aumento de capital, conjugado com os recentes desenvolvimentos relativos à liderança do banco, os títulos já desvalorizaram 27% tendo hoje feito novos mínimos anuais abaixo dos 0,77€, valor a que não cotava desde Agosto de 2013.
 
Tecnicamente, o Bes encontra-se numa situação preocupante: as médias móveis de 50 e 200 dias interceptaram-me em baixa, sinal conhecido como death cross, sinalizando o final do Bull Market. Por outro lado, os títulos perderam o suporte dos 0,835 (pelo menos intradiariamente, dado que a sessão diária ainda não terminou). Os níveis de sobrevenda verificados no RSI poderão levar a que novos investidores entrem no título e que possamos assistir a uma correcção técnica em alta. No entanto, os movimentos impulsivos em baixa apresentados pelas acções do BES não me deixam dúvidas que o Bull Market chegou ao fim.
 
 

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