O problema da sucessão na gestão do grupo continua a penalizar
as acções do BES que hoje cotam em mínimos anuais, depois de terem quebrado o
último mínimo relativo dos 0,8350€.
Além do problema da sucessão, o BES também se encontra “a braços”
com a situação do BES Angola, o regresso à rentabilidade no mercado nacional e
o elevado endividamento do banco, pelo que prevejo um período de elevada
volatilidade até à assembleia geral extraordinária, convocada para dia 31 de
Julho de 2014.
As fortes quedas que os títulos do BES têm registado espelham
bem o descontentamento dos investidores em relação à aposta da família na
continuidade, através da nomeação de Morais Pires. Os investidores prefeririam
uma ruptura com a estratégia actual do banco, através da nomeação dum gestor
independente que garantisse uma reestruturação do mesmo.
Desde que o BES anunciou o aumento de capital, conjugado com os recentes
desenvolvimentos relativos à liderança do banco, os títulos já desvalorizaram
27% tendo hoje feito novos mínimos anuais abaixo dos 0,77€, valor a que não
cotava desde Agosto de 2013.
Tecnicamente, o Bes encontra-se numa situação preocupante: as
médias móveis de 50 e 200 dias interceptaram-me em baixa, sinal conhecido como
death cross, sinalizando o final do Bull Market. Por outro lado, os títulos perderam
o suporte dos 0,835 (pelo menos intradiariamente, dado que a sessão diária
ainda não terminou). Os níveis de sobrevenda verificados no RSI poderão levar a
que novos investidores entrem no título e que possamos assistir a uma correcção
técnica em alta. No entanto, os movimentos impulsivos em baixa apresentados pelas
acções do BES não me deixam dúvidas que o Bull Market chegou ao fim.
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