quinta-feira, 10 de julho de 2014

Yields das obrigações portuguesas a 10 anos quebram os 4% e levam o PSI-20 a atingir o nosso target

Objectivo atingido!

Infelizmente para muitos investidores, isto nem sempre são boas notícias. O objectivo que defini para o PSI-20, na análise feita no  dia 29 de Maio, foi atingido e inclusivamente ultrapassado.

Tal como tinha referido numa análise anterior “caso as yields das obrigações portuguesas a 10 anos ultrapassem a resistência dos 4%, teremos caminho aberto para novas quedas no PSI20”. Os últimos dias levaram as yields das obrigações a passarem essa barreira, tendência aliás que se repetiu nos restantes países periféricos, tendo sido o mercado português o mais castigado pelos investidores de dívida, depois dos juros terem batido os 4,012%.
Os juros associados à dívida de mais curto prazo também subiram: a dois anos subiram 1,192%, a maior subida desde 16 de Janeiro, e a 5 anos 2,721%. Não se registava uma tendência de agravamento dos juros tão forte desde Julho do ano passado, altura em que Portugal vivia uma crise política após a demissão de Vítor Gaspar.
 
A imagem abaixo foi o gráfico que deixei na altura e cujo target apontava para os 6365 pontos. Esse objectivo de preço foi atingido ontem. A sessão de hoje trouxe o principal índice da bolsa nacional ainda mais abaixo para os 6105 pontos, o valor mais baixo desde Outubro de 2013.
 
 
Em conversa com alguns desses investidores apercebi-me que a falta disciplina, aliada aos poucos conhecimentos de Money Management e a uma não compreendida “crença” de que tudo poderia voltar a subir e que não passaria de uma pequena correcção (inclusive uma oportunidade para reforçar posições) levou a que a grande maioria não fosse capaz de cortar as perdas, fechando as posições e minimizando assim a possibilidade de fazer grandes estragos na carteira.
 
Este comportamento repete-se vezes e vezes sem conta e leva a que a grande maioria dos investidores se encontre agora “entalado”, segundo a terminologia que os próprios utilizam. A imagem abaixo traduz a evolução do sentimento dos investidores num ciclo completo de mercado, desde a fase de acumulação, à participação do público até à fase de distribuição. Na minha opinião, encontramo-nos algures entre a fase da negação e do medo. Admito a possibilidade de podermos assistir a correcções na maioria das acções do PSI-20, dado o nível extremo de sobrevenda em que se encontram, mas na minha opinião, ainda não encontrámos o fundo.
 
 

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