segunda-feira, 30 de junho de 2014

Controlo do norte iraquiano por parte dos terroristas poderá levar petróleo aos USD 120


Na última análise que efectuei ao petróleo, referi que se não fosse os confrontos entre os rebeldes e o governo líbio, o preço do barril de brent deveria estar a negociar nos USD 100, com as previsões a apontarem para uma quebra da procura e a oferta a manter-se estável. Referi também que o preço negociava em range entre os 103,70 e os 112,70 e que só uma quebra efectiva desta lateralização, poderia levar a um movimento consistente.



Entretanto, acontecimentos recentes no Iraque vieram perturbar o mercado petrolífero e levar a que o petróleo ultrapassasse, pela primeira vez em 9 meses, a barreira dos USD 113,00. Os ataques dos sunitas ao norte do Iraque e a tomada de controlo de refinarias e partes do gasoduto de transporte de petróleo para a Turquia, levaram o brent a atingir os USD 115,60 na semana passada. A situação no Iraque está bastante complicada uma vez que o exército iraquiano não tem conseguido expulsar os rebeldes da zona norte e o presidente Obama também já anunciou que um regresso das tropas americanas ao Iraque não é uma opção.
Actualmente o Iraque exporta cerca de 2,7 mb/dia, sendo que metade das exportações são feitas através dos terminais do Golfo Pérsico e a outra metade através dos gasodutos situados a norte e por transporte rodoviário. Caso os terroristas dominem todo o norte do Iraque, pode-se esperar interrupções na produção de mais de 1 milhões de barris diários.
No entanto, mesmo que este último cenário se concretize, o petróleo não deverá subir muito além dos USD 118/120, a não ser mais uma vez que surjam novos desenvolvimentos, uma vez que o Iraque é o 9º maior produtor mundial da matéria-prima. Qualquer grande perturbação no fornecimento de petróleo, poderá ser compensada por um aumento de produção por parte da Arábia Saudita que, caso a OPEP o determine, poderá ainda aumentar a sua produção diária em 2 mb/d.
Depois do brent ter quebrado o limite superior do range de lateralização (112,70) e ter feito novos máximos anuais nos USD 115,70, iniciou uma correcção que poderá estar prestes a terminar. Por um lado, o preço encontra-se a retestar a antiga resistência (agora suporte) dos 112,70, num típico movimento de pullback, e por outro encontra-se no nível 38,2% de fibo da última subida.
Não descarto a hipótese de ainda poder descer até aos USD 111 mas decido abrir uma posição longa a 112,50 com stop loss a 110,40 e take profit nos 116,20.
 

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