Desde a última análise que fiz ao PSI-20, o principal índice da bolsa nacional caiu quase 3%, em linha com o que era esperado. Nessa análise referi que o PSI-20 se encontrava em fase de formação da onda correctiva 4 e que esperava ver o PSI-20 nos 6365 pontos nas próximas semanas.
Passado um mês, a minha análise mantem-se intacta..As yields das obrigações portuguesas a 10 anos têm subido bastante nas últimas três semanas e o alargar do spread entre as yields das obrigações portuguesas e alemãs é um sinal alarmante que devemos ter em conta. As yields a 10 anos seguem hoje a subir 0,69% para os 3,631. Conforme se pode ver no gráfico abaixo, caso as yields ultrapassem a resistência dos 4%, teremos caminho aberto para novas quedas.
Tecnicamente, a continuação das quedas só se confirmará caso o índice active o padrão de cabeça e ombros e feche abaixo da média móvel de 200 dias nas próximas sessões.
Deixo também algumas notas sobre algumas das acções em destaque no PSI-20.
BCP: o BCP registou ontem a maior subida desde que foi para a bolsa em 1993, valorizando quase 27% e fechando nos 14,06 cêntimos. Na minha opinião esta subida não é sustentável e deve-se apenas a uma transferência de capital dos investidores que fogem da incerteza em torno do BES e se refugiam no BCP. Acredito que muitos dos investidores nem querem ouvir falar mais de acções da banca e quando a transferência dos fundos, daqueles que ainda querem estar expostos á banca nacional, acabar poderemos voltar às quedas no BCP. Ontem foi o primeiro dia em que as acções do BCP negociaram destacadas dos direitos de subscrição do aumento de capital.
BES: a suspensão da CMVM da venda a descoberto (short selling) das acções do BES, com o objectivo de tentar travar as quedas, surtiu algum efeito com o os investidores que estavam curtos a serem obrigados a desfazerem-se dessas posições, fenómeno conhecido como short covering, e a levar as acções do BES a recuperar do mínimo registado na sessão de ontem nos 52 cêntimos. Na minha opinião esta subida da cotação não deverá passar doa 84 cêntimos.
Portugal Telecom: a Portugal Telecom quebrou na sessão dontem o mínimo anual dos 2,57€. Tal como referi na minha análise de 19 de Junho, quando a PT subia em direcção à resistência dos 3€, a minha visão pessimista mantem-se. O que me faria mudar de opinião? Apenas a quebra dos 3€ em alta.
EDP: a eléctrica nacional é uma das acções mais fortes da nossa praça e uma das poucas que ainda não mostrou qualquer sinal de inversão. O Bull Market da EDP mantem-se intacto, com as correcções a serem aproveitadas pelos investidores para reforçarem a sua exposição ao título. As acções têm vindo a fazer máximos e mínimos consecutivamente maiores, mas numa análise de mais longo prazo há um factor que não devemos descurar: a zona dos 3,70€ coincide com o nível 61,8% de fibo de todo o movimento descendente entre Novembro de 2006 e Junho de 2012. Na minha opinião a EDP não deverá conseguir passar esta zona de resistência sem antes corrigir fortemente.
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