sexta-feira, 6 de junho de 2014

Conversão dos DTA em créditos fiscais poderá levar BCP a fazer um aumento de capital

A notícia avançada pelo Diário Económico, no dia 14 de Maio, de que o BCP também poderia vir a necessitar de um aumento de capital, poderá estar prestes a tornar-se realidade, depois dontem ter sido tomada (em Conselho de Ministros) a decisão de permitir à banca converter os impostos diferidos (DTA - Deferred Tax Assets) em créditos fiscais. Para as instituições que queiram beneficiar deste regime, prevê-se que seja obrigatória a realização dum aumento de capital. Aliás, o BCP é mesmo o banco que mais pode beneficiar com esta medida.
 
Trocando por miúdos, os impostos diferidos são poupanças fiscais que se podem obter no futuro. No caso da banca, o reconhecimento que o fisco tem dívidas para com os bancos e a sua conversão em créditos fiscais, irá permitir libertar capital dos bancos e incorporá-lo no "core capital", medida aliás que já era defendida pela troika.
 
Na prática esta medida fará com que os bancos melhorem os seus rácios de capital e beneficiem dum tratamento semelhante ao de outros países europeus que já aprovaram regras semelhantes, como é o caso de Espanha. Segundo os cálculos da Caixa BI, a conversão dos impostos diferidos poderá ter um impacto positivo entre 1,2 e 1,4 mil milhões de euros na instituição liderada por Nuno Amado. Este capital poderá depois ser usado pelo banco para acabar de pagar ao Estado, até ao final do ano, as obrigações de capital contingente (CoCos).
 
Do lado do Estado, a aprovação desta medida implicará um agravamento do défice. A volatilidade veio para ficar nos próximos tempos, e depois de hoje ter sido stopado no trade curto sobre o índice PSI-20, mantenho-me afastado da banca.
 
A nível técnico, o potencial de subida do BCP parece estar a esgotar-se. A resistência dos 0,2050 deverá impedir novos movimentos altistas depois do BCP ter subido 4,5 cêntimos nas últimas 3 semanas (para meu contentamento uma vez constituiu o trade mais proveitoso desde que iniciei a carteira em Fevereiro deste ano). Aparentemente podermos estar a formar um padrão de inversão de ombro-cabeça-ombro, mas a sua confirmação só será dada aquando da quebra dos 16 cêntimos.
 
 

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