segunda-feira, 16 de junho de 2014

Aussie quebra o canal descente em alta

Os últimos dados da China apontam para uma estabilização da economia que tem sido beneficiada pelo aumento da procura global. Não é então de estranhar que o Aussie (AUDUSD) tenha ganho momentum nas últimas sessões, com a Austrália a ganhar atractividade para os investidores que procuram yields altas (a mais alta dos países pertencentes ao G-20).
Além disso, alguns analistas, incluindo a Morgan Stanley, prevêm a possibilidade de AUDUSD atingir a paridade dentro de 1 ano, caso as yields das obrigações americanas a 10 anos se mantenham baixas, abaixo dos 2,60.
Na semana passada, o AUDUSD quebrou em alta o canal descendente, em que negociou nos últimos dois meses, cujo target teórico são 22º pips. A quebra deste canal coincide com o início da onda 5 de Elliott. Na minha opinião, haverá espaço para o AUDUSD ir testar a resistência dos 0,9540 nas próximas sessões, pelo que decidi abrir uma posição longa a 0,9386 com stop loss a 0,9300 e take profit a 0,9530.
 

Amanhã será o último dia com direito a participação na IPO da Mota-Engil África


A Mota-Engil vai avançar com a oferta pública inicial (IPO) da sua subsidiária africana, que passará estar a cotada na bolsa de Londres.
Em comunicado à CMVM a construtora anunciou que esta operação vai ser realizada através de duas ofertas, uma "preferencial" e outra "institucional". Assim, na oferta preferencial "a Mota-Engil África atribuirá novas acções a todos os investidores que detenham acções da casa mãe – Mota-Engil SGPS – até amanhã, dia 17 de Junho, o que está a levar a uma corrida pela compra das acções da Mota-Engil que hoje já sobem 4,15%. Em paralelo decorrerá uma oferta institucional, que poderá ver o número de acções aumentar se a procura por acções na preferencial não cobrir toda a oferta.
Investir na Mota-Engil África parece-me ser uma boa alternativa para quem quer estar exposto ao crescimento do continente africano. Além disso a remuneração acionista proposta é bastante generosa com a empresa a pretender atingir um rácio de payout entre os 50% e os 75%, sendo que garantido está já o dividendo em éspecie de 20%, aprovado pelas accionistas da Mota-Engil. Além disso, a Mota-Engil África vai beneficiar de estar cotada num índice com maior visibilidade que o nacional e mais vocacionado para o sector da construção.
Para as acções da Mota-Engil, como já havia referido em análise anterior, esta separação é bastante negativa, dado o forte impacto que a facturação obtida no continente africano tem nas contas do grupo. Recordo que, segundo o último relatório e contas, a actividade em África representava mais de 40% da facturação da casa mãe.
Sendo amanhã o último dia para a compra de acções com direito a participação na IPO, acredito que as acções da Mota-Engil possam continuar a valorizar na sessão de amanhã. Depois disso, poderemos a assistir a uma correcção nos títulos, até porque nos encontramos perto da resistência dada pelos máximos anuais nos 6,25/6,40€.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

RNBZ aumenta a taxa de juro pela 3ª vez consecutiva

O RNBZ confirma uma vez mais que é o banco mais hawkish do mundo neste momento, tendo aumentado ontem a taxa de juro de referência, pela terceira vez consecutiva para os 3,25%, tal como esperado. Apesar dos últimos dados macroeconómicos menos bons, dos preços das commodities a caírem e da queda na confiança do consumidor, o RNBZ aumento a taxa em 25bp e provou o grande market mover no que diz respeito ao NZD.
 
O stop loss do trade em NZDUSD foi activado a 0,8590 com o NZD a subir mais de 1% face ao dólar e a atingir o valor mais alto das últimas 3 semanas. O movimento ainda foi mais exagerado no EURNZD com par a cair para o valor mais baixo do último ano.
 
O stop loss que havia colocado no ponto de entrada do trade em AUDNZD também foi activado, tendo fechado o trade com ganho nulo.
 
O facto do RNBZ ter reiterado o compromisso de continuar a aumentar as taxas, baseado no facto da economia estar num momentum ascendente e haver sinais de uma inflação crescente, levou os investidores a posicionarem--se longos em NZD. As previsões apontam para que tenhamos a taxa de juro nos 4,5% até ao final do ano que vem.
 
 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Conversão dos DTA em créditos fiscais poderá levar BCP a fazer um aumento de capital

A notícia avançada pelo Diário Económico, no dia 14 de Maio, de que o BCP também poderia vir a necessitar de um aumento de capital, poderá estar prestes a tornar-se realidade, depois dontem ter sido tomada (em Conselho de Ministros) a decisão de permitir à banca converter os impostos diferidos (DTA - Deferred Tax Assets) em créditos fiscais. Para as instituições que queiram beneficiar deste regime, prevê-se que seja obrigatória a realização dum aumento de capital. Aliás, o BCP é mesmo o banco que mais pode beneficiar com esta medida.
 
Trocando por miúdos, os impostos diferidos são poupanças fiscais que se podem obter no futuro. No caso da banca, o reconhecimento que o fisco tem dívidas para com os bancos e a sua conversão em créditos fiscais, irá permitir libertar capital dos bancos e incorporá-lo no "core capital", medida aliás que já era defendida pela troika.
 
Na prática esta medida fará com que os bancos melhorem os seus rácios de capital e beneficiem dum tratamento semelhante ao de outros países europeus que já aprovaram regras semelhantes, como é o caso de Espanha. Segundo os cálculos da Caixa BI, a conversão dos impostos diferidos poderá ter um impacto positivo entre 1,2 e 1,4 mil milhões de euros na instituição liderada por Nuno Amado. Este capital poderá depois ser usado pelo banco para acabar de pagar ao Estado, até ao final do ano, as obrigações de capital contingente (CoCos).
 
Do lado do Estado, a aprovação desta medida implicará um agravamento do défice. A volatilidade veio para ficar nos próximos tempos, e depois de hoje ter sido stopado no trade curto sobre o índice PSI-20, mantenho-me afastado da banca.
 
A nível técnico, o potencial de subida do BCP parece estar a esgotar-se. A resistência dos 0,2050 deverá impedir novos movimentos altistas depois do BCP ter subido 4,5 cêntimos nas últimas 3 semanas (para meu contentamento uma vez constituiu o trade mais proveitoso desde que iniciei a carteira em Fevereiro deste ano). Aparentemente podermos estar a formar um padrão de inversão de ombro-cabeça-ombro, mas a sua confirmação só será dada aquando da quebra dos 16 cêntimos.
 
 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Mario Draghi surpreende mas não convence

Mário Draghi surpreendeu o mercado e introduziu novas medidas de facilitismo monetário, além daquelas que já eram esperadas pelo mercado.  Conforme referi na análise, feita no dia 23 de Maio, o BCE cortou a taxa de juro de referência em 10bps para 0,15% (um mínimo histórico) e a taxa dos depósitos em -0,10%, ou seja, os bancos que depositem dinheiro junto do BCE terão que pagar um juro de 0,10%, ao invés do que acontecia anteriormente em que a taxa dos depósitos era de 0%. Esta medida é bastante benéfica porque obrigará os bancos a retirarem o capital do banco central e a financiarem a economia.
 
Estes dois eventos já estavam descontados no preço do EURUSD. As grandes novidades, que fizeram com que o EURUSD caísse mais de 100 pips, e que até agora não passavam de meras especulações, foram as medidas anunciadas na conferência de imprensa das 13h30, que passo a citar:
  • Irão ser implementados dois longer-term refinancing operations (LTROs) com maturidades em Setembro e Dezembro de 2018 no montante de 400 mil milhões de euros;
  • Irá ser descontinuado o programa de esterilização de SMP;
  • Está a ser preparado um programa de compra de asset-backed security (ABS), Atenção que apenas está a ser preparado, ainda não foi activado;
  • O BCE diz estar preparado para trabalhar num programa de quantitative easing (QE), caso seja necessário;
  • As taxas deverão permanecer nos níveis actuais por um longo período de tempo.
Apesar de todas estas medidas, o BCE não jogou aquele que é o seu maior trunfo - o QE. Na minha opinião, o BCE só o deverá fazer caso a europa entre em cenário de deflação.
 
O PIB e a inflação também foram revistos pelo staff do BCE.
 
- PIB 2014 1,0% vs Prev. 1,2%
- PIB 2015 1,7% vs Prev. 1,5%
- PIB 2016 1,8% vs Prev. 1,8%
 
- Inflação 2014 0,7% vs Prev. 1,0%
- Inflação 2015 1,1% vs Prev. 1,3%
- Inflação 2016 1,4% vs Prev. 1,5%
 
Convém relembrar que desde que o Mario Draghi anunciou que o BCE iria actuar, o EURUSD já caiu quase 500 pips. Apesar de hoje, Mario Draghi ter surpreendido o mercado com as medidas que apresentou, o que é certo é que o EURUSD já recuperou tudo aquilo que tinha caído no dia de hoje, tendo encontrado bastante força compradora no suporte dos 1,3500.
 
 

terça-feira, 3 de junho de 2014

PMI de construção pressiona GBPUSD

As 9h30 GMT foi divulgado o PMI de construção no Reino Unido relativo ao mês de Maio. Os dados divulgados foram desapontantes para a economia de Sua Majestade (Act. 60,0 vs Exp 61,0 (Prev. 60,8) e os mais baixos desde Outubro de 2013.

O inquérito mostrou que a construção de novas casas continua a ser o melhor sector dentro da construção. No entanto, a construção para fins comerciais foi a mais lenta dos últimos 7 meses. Abri um trade curto, antes do início da sessão americana, a 1,6760 com stop loss a 1,6890 e take profit a 1,6520.

AUDNZD activa H&S invertido

Durante a madrugada, o RBA decidiu manter a taxa de juro inalterada nos 2,50% e mantem a sua posição neutra, apoiada no facto da projeção da inflação, para os próximos dois anos, se manter estável nos 2-3%.
 
Os dados, acima do esperado, da balança corrente (Act. AUD -5,7 mil milhões vs Exp. AUD -7 mil milhões) também ajudaram a impulsionar o AUD.
 
Acompanho, com particular interesse, o par AUDUSD mas uma vez que lateraliza dentro dum canal descendente (encontrando-se neste momento precisamente a meio caminho entre o limite inferior e superior), decidi procurar outros pares com o AUD. O par AUDNZD foi o par escolhido para a minha análise de hoje.
 
Já todos conhecem a minha visão pessimista em relação ao NZD (ver análise AQUI). Tecnicamente o AUDNZD encontra-se numa situação muito interessante, tendo activado um cabeça-e-ombros invertido na quinta-feira passada.
 
Este padrão levou praticamente 6 meses a formar-se e o seu target teórico é bastante ambicioso: 380 pips. Na minha opinião o AUDNZD tem potencial para ir testar, pelo menos, o nível 61,8% de fibo do movimentos descente que iniciou no final de Outubro do ano passado e finalizou em Janeiro deste ano.
 
Comprei AUDNZD a 1,09443 com stop loss a 1,08443 e take profit a 1,1140.