segunda-feira, 30 de junho de 2014

Controlo do norte iraquiano por parte dos terroristas poderá levar petróleo aos USD 120


Na última análise que efectuei ao petróleo, referi que se não fosse os confrontos entre os rebeldes e o governo líbio, o preço do barril de brent deveria estar a negociar nos USD 100, com as previsões a apontarem para uma quebra da procura e a oferta a manter-se estável. Referi também que o preço negociava em range entre os 103,70 e os 112,70 e que só uma quebra efectiva desta lateralização, poderia levar a um movimento consistente.



Entretanto, acontecimentos recentes no Iraque vieram perturbar o mercado petrolífero e levar a que o petróleo ultrapassasse, pela primeira vez em 9 meses, a barreira dos USD 113,00. Os ataques dos sunitas ao norte do Iraque e a tomada de controlo de refinarias e partes do gasoduto de transporte de petróleo para a Turquia, levaram o brent a atingir os USD 115,60 na semana passada. A situação no Iraque está bastante complicada uma vez que o exército iraquiano não tem conseguido expulsar os rebeldes da zona norte e o presidente Obama também já anunciou que um regresso das tropas americanas ao Iraque não é uma opção.
Actualmente o Iraque exporta cerca de 2,7 mb/dia, sendo que metade das exportações são feitas através dos terminais do Golfo Pérsico e a outra metade através dos gasodutos situados a norte e por transporte rodoviário. Caso os terroristas dominem todo o norte do Iraque, pode-se esperar interrupções na produção de mais de 1 milhões de barris diários.
No entanto, mesmo que este último cenário se concretize, o petróleo não deverá subir muito além dos USD 118/120, a não ser mais uma vez que surjam novos desenvolvimentos, uma vez que o Iraque é o 9º maior produtor mundial da matéria-prima. Qualquer grande perturbação no fornecimento de petróleo, poderá ser compensada por um aumento de produção por parte da Arábia Saudita que, caso a OPEP o determine, poderá ainda aumentar a sua produção diária em 2 mb/d.
Depois do brent ter quebrado o limite superior do range de lateralização (112,70) e ter feito novos máximos anuais nos USD 115,70, iniciou uma correcção que poderá estar prestes a terminar. Por um lado, o preço encontra-se a retestar a antiga resistência (agora suporte) dos 112,70, num típico movimento de pullback, e por outro encontra-se no nível 38,2% de fibo da última subida.
Não descarto a hipótese de ainda poder descer até aos USD 111 mas decido abrir uma posição longa a 112,50 com stop loss a 110,40 e take profit nos 116,20.
 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Aussie consolida enquanto os investidores aguardam pelos dados da semana que vem

A semana começou bastante bem para o Aussie com a divulgação dos dados do PMI chinês na 2ª feira acima do esperado (Act. 50,8 vs Exp. 49,7). O resto da semana foi marcado pela ausência de dados relativos à economia australiana e portanto o par cambial moveu-se sobretudo devido ao comportamento do dólar.
O dólar foi fortemente vendido na 4ª feira após ter sido conhecido que o PIB americano contraiu muito mais que o esperado (-2,9%) no 4º trimestre de 2013 e que as encomendas de bens duráveis caíram 1%. Os pedidos semanais de subsidio de desemprego também saíram ligeiramente abaixo do esperado na sessão de ontem, ajudando o AUDUSD a subir. O nosso trade parece bem encaminhado mas ainda longe de atingir o take profit situado a 115 pips de distância.
Na semana que vem já teremos alguns dados relativos à economia australiana, com destaque para as vendas de casas novas (2ª feira), índice de manufactura (3ª feira), balança comercial (4ª feira). Os dados mais importantes estão reservados para o final da semana, com as declarações do governador Stevens, as licenças de construção e as vendas a retalho a serem divulgados na 5ª feira.
 

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O que esperar do BCP com o novo aumento de capital?

Como já havia antecipado na análise feita há dois dias atrás, o BCP confirmou ontem a necessidade de recorrer a um aumento de capital no valor de 2.250 milhões de euros de modo a poder antecipar o pagamento da dívida ao Estado e tentar regressar aos lucros consistentes. O banco irá pagar 1.850 milhões ao Estado (dos 2.600 milhões ainda em dívida), o que irá permitir poupar cerca de 500 milhões em juros face ao que estava previsto. Os restantes 750 milhões serão amortizados entre o final deste ano e início de 2015. Recordo que o plano inicial de reembolso definia o final de 2016 como data limite para devolver a totalidade da ajuda.
 
A Oferta Pública de Subscrição (OPS)
 
O aumento de capital será concretizado através de uma oferta pública de subscrição reservada a accionistas e demais investidores que adquiram direitos de subscrição. As novas 34.487.542.355 acções serão vendidas a 6,5 cêntimos o que representa um desconto de 34% face ao valor a que as acções cotavam em bolsa antes da suspensão da CMVM, excluindo o valor dos direitos. Por cada acção detida os investidores irão receber um direito, sendo necessário 4 direitos para poder subscrever sete novas acções (a que acresce os 6,5 cêntimos de subscrição). Não há ainda datas para que a operação de reforço de capital do BCP arranque.

Principais Conclusões
 
O aumento de capital já era esperado pelo mercado, mas o que surpreendeu foi o elevado montante de 2250 milhões de euros, muito superior àquele que se previa que era de cerca de 2000 milhões, e o desconto face à cotação de fecho dontem de 34%.
 
Se olharmos para o passado recente, o anúncio do aumento de capital do BES levou a uma forte procura por parte dos direitos e que se reflectiu na subida do preço da acção. Confesso que não esperava que os direitos subissem tanto como subiram, mas se o AC do BES trouxe bastante diluição o que se pode dizer do AC do BCP? Bem, o efeito diluitivo é muito, mas muito superior, senão repare-se: o BES pretende vender, através de uma Oferta Pública de Subscrição, 0,45 vezes o número de acções que tem actualmente em circulação que é de 3,61 mil milhões; já o BCP pretende vender 2,42 vezes o número de acções que tem em circulação que é de 14,27 mil milhões. Acho que esta explicação não deixa muitas dúvidas e se estava pessimista em relação ao BES estou 5,37 vezes mais pessimista em relação ao BCP.
 
O que esperar do mercado?
 
Apesar dum início de sessão fortemente negativo, em que as acções abriram com um gap em baixa de 9% (a cotação mais baixa desde Dezembro de 2013), as acções do BCP inverteram e fecharam o dia com uma valorização expressiva de 13,56% para os 18 cêntimos e um volume de negociação muito acima da média.
 
O que aconteceu foi uma Bear Trap, com o preço a activar o padrão de cabeça e ombros, numa base intradiária, mas a acabar por fechar bem acima da neckline dos 16 cêntimos. A forte subida de hoje acompanhada dum aumento anormal de volume, poderá trazer algum momentum de curto prazo. Na minha opinião, o BCP não deverá conseguir ultrapassar os 0,2050€ nos próximos dias, antes de fazer um novo mínimo. Se o fizer então serei obrigado a reconhecer que a minha visão pessimista estava errada e que o BCP terá caminho aberto para ir testar os máximos anuais nos 24 cêntimos.
 

terça-feira, 24 de junho de 2014

O fim do Bull Market do BES

O problema da sucessão na gestão do grupo continua a penalizar as acções do BES que hoje cotam em mínimos anuais, depois de terem quebrado o último mínimo relativo dos 0,8350€.
Além do problema da sucessão, o BES também se encontra “a braços” com a situação do BES Angola, o regresso à rentabilidade no mercado nacional e o elevado endividamento do banco, pelo que prevejo um período de elevada volatilidade até à assembleia geral extraordinária, convocada para dia 31 de Julho de 2014.
 
As fortes quedas que os títulos do BES têm registado espelham bem o descontentamento dos investidores em relação à aposta da família na continuidade, através da nomeação de Morais Pires. Os investidores prefeririam uma ruptura com a estratégia actual do banco, através da nomeação dum gestor independente que garantisse uma reestruturação do mesmo.
 
Desde que o BES anunciou o aumento de capital, conjugado com os recentes desenvolvimentos relativos à liderança do banco, os títulos já desvalorizaram 27% tendo hoje feito novos mínimos anuais abaixo dos 0,77€, valor a que não cotava desde Agosto de 2013.
 
Tecnicamente, o Bes encontra-se numa situação preocupante: as médias móveis de 50 e 200 dias interceptaram-me em baixa, sinal conhecido como death cross, sinalizando o final do Bull Market. Por outro lado, os títulos perderam o suporte dos 0,835 (pelo menos intradiariamente, dado que a sessão diária ainda não terminou). Os níveis de sobrevenda verificados no RSI poderão levar a que novos investidores entrem no título e que possamos assistir a uma correcção técnica em alta. No entanto, os movimentos impulsivos em baixa apresentados pelas acções do BES não me deixam dúvidas que o Bull Market chegou ao fim.
 
 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

BCP admite a possibilidade dum aumento de capital

O BCP admitiu pela primeira vez a necessidade de recorrer a um aumento de capital de forma a acelerar o reembolso da ajuda estatal em dívida, que ascende aos 2.600 milhões de euros. Em entrevista à agência Reuters, Nuno Amado afirmou que o banco está a estudar diferentes possibilidades para antecipar o reembolso ao estado, entre as quais o aumento de capital (AC).
 
O facto do BES e do BPI já terem recorrido a aumentos de capital, deixa o BCP atrasado na corrida para atingir as exigências de solidez que entrarão em vigor em Janeiro de 2019. Se realmente o BCP quiser avançar com o AC a janela de oportunidade estende-se até Agosto, mas recordo que existem outras possibilidades em cima da mesa, como a venda da unidade na Roménia ou a Millennium Gestão de Activos.

Apesar de tudo, penso que o AC será inevitável até porque será um dos requisitos caso o banco liderado por Nuno Amado queira beneficiar dos créditos fiscais, medida já aprovada pelo governo.

Aquando da divulgação desta notícia, as acções do BCP pouco ou nada reagiram uma vez que a possibilidade do banco recorrer ao AC já está descontada no preço desde dia 14 de Maio, depois do Diário Económico ter avançado essa possibilidade. O acelerar das quedas só se fará quando for efectivamente anunciado o AC ou se o BCP activar o cabeça e ombros que se encontra em formação. Se o BCP quebrar os 16 cêntimos, activa o H&S e apresenta um potencial de queda teórico de 8 cêntimos, o que poderá levar o BCP para os 8 cêntimos a longo prazo.

No mais curto prazo, o BCP encontra-se a testar a média móvel dos 200 dias (preto), pelo que poderá encontrar algum suporte nesta zona.
 
 

IBEX forma ilha de reversão

Depois da medidas anunciadas na reunião do BCE do dia 5 de Junho, a maioria dos índices europeus registou novos máximos históricos, com a confiança dos investidores a aumentar.
 
O índice espanhol (IBEX35) foi ainda beneficiado pelos bons dados referentes à produção industrial (Act. 4,3% vs. Exp. 1,2%) e às encomendas industriais (Act. 6,9% vs. Exp. 3,6%) que foram divulgados nos dias que se seguiram à reunião do BCE.
 
A subida de 4,3% que o Ibex teve durante o mês de Junho, culminou com a formação de um padrão técnico conhecido como ilha de reversão, composto por três velas.
A zona de preço onde o Ibex se encontra não era alcançada desde 2011 e constitui uma importante zona de resistência, pelo que se pode esperar uma correcção em baixa até à próxima zona de suporte dos 10.700 pontos.
 
 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Euronext tem uma estreia negativa em bolsa

A gestora da bolsa de Lisboa, a Euronext, teve hoje a sua estreia em bolsa. As 42,5 milhões de acções que a Intercontinental Exchange (ICE) colocou em bolsa, representativas de 60,36% do capital da empresa, foram vendidas (maioritariamente a grandes investidores e investidores institucionais) por 20 euros, muito próximo do limite inferior do intervalo que havia sido anunciado (entre os 19 e os 25€).
Os títulos começaram hoje a ser negociados em 3 das 4 bolsas que são geridas pela Euronext: Paris, Bruxelas e Amesterdão. A estreia não correu como o esperado, com a acção a começar a cotar nos 19,40€ e a fechar nos 19,21€, uma desvalorização de quase 4%.
 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Moddy´s sobe o rating da Portugal Telecom para "investment grade"

Ontem, a agência Moody´s subiu em dois níveis, para Baa3, o rating da Portugal Telecom , que era considerado como “lixo” , permanecendo ainda assim o outlook negativo, o que significa que a qualquer momento poderá ser cortado novamente o rating.
Segundo a agência norte-americana, esta revisão reflecte a garantia que os detentores de obrigações da PT passam a ter, com as sinergias resultantes da fusão com a brasileira Oi, bem como a menor dependência relativamente ao mercado português, passando agora a ter um negócio mais diversificado.
 
Sem dúvida que esta constitui uma excelente notícia para os accionistas da PT, até porque a operadora de telecomunicações foi a primeira cotada portuguesa a conseguir que o seu rating chegasse a “investment grade”. No entanto, a incerteza relativamente à conclusão do processo de fusão (que se espera estar concluído até ao final de Outubro deste ano), os elevados custos com o processo de reestruturação, que aliás já se reflectiram nos maus resultados do primeiro trimestre, bem como a aproximação à resistência técnica dos 3,00€, levam-me a estar de fora da PT e algo pessimista em relação à evolução da cotação.
 

Ausência de medidas hawkish leva o dólar a desvalorizar

Wall Street fechou ontem em forte alta depois da Fed ter estabelecido o compromisso de manter a taxa de juro historicamente baixa durante mais algum tempo, mesmo depois do final do QE. A maioria dos membros da Fed prevê que a taxa de juro esteja nos 1% no final de 2015 e nos 2,5% em 2016. No que respeita ao tapering, a Fed actuou tal como previsto e cortou o QE3 em 10 mil milhões de USD (5 mil milhões em obrigações do tesouro e outros 5 mil milhões em ABS) para os 35 mil milhões de dólares mensais.
Estes comentários mais dovish da Reserva Federal levaram o dólar a desvalorizar. O AUDUSD foi alvo de forte pressão compradora devido ao aumento do diferencial entre as yields das obrigações australianas e americanas. O trade que havia aberto na 2ª feira já está in the Money!
 
Na sessão europeia de hoje o sentimento é otimista com destaque para o sector dos materiais e indústria.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Principal acontecimento de risco da semana: hoje às 19h00

Mais logo ao fim da tarde, às 19h00, terá lugar o principal acontecimento de risco da semana – a decisão sobre a política monetária da Fed e as projecções económicas da FMOC, sendo expectável um novo corte de 10 mil milhões de dólares no pacote de estímulos monetários.
No entanto, o tapering já está incorporado no preço e os investidores estão mais centrados nas projecções económicas para a taxa de desemprego, inflação e PIB e para as explicações que serão dadas por Janet Yellen.
  1. Taxa de desemprego mais baixa. As últimas previsões da Fed, realizadas em Março, apontavam para uma taxa de desemprego entre os 6,1% e os 6,3% para o último trimestre do ano. Ora, o limite superior deste intervalo (6,3%) foi atingido em Maio, pelo que a Fed poderá rever este intervalo em baixa, mostrando assim uma normalização do mercado laboral.
  2. Mais inflação. A inflação também poderá ser revista em alta, depois dos preços do consumidor, relativos em Maio, terem subido 0,4%. Um aumento da previsão da inflação, transmitirá a ideia de que a Fed poderá aumentar a taxa de juro de referência logo após o término do programa de QE, o que será benéfico para o dólar.
  3. Previsão de PIB mais baixo. O PIB deverá ser revisto em baixa devido à contração do PIB do primeiro trimestre, maior que o esperado.
A reacção do dólar será um pouco imprevisível e dependerá muito da forma como Yellen explicar as alterações que referi em epígrafe. A balança poderá pender para qualquer um dos lados. Se o destaque for para a previsão de uma inflação mais alta e uma menor taxa de desemprego, o dólar poderá valorizar face à maior parte das divisas. Pelo contrário, se o destaque for para o abrandamento da economia, a reação do dólar deverá ser a inversa.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Aussie quebra o canal descente em alta

Os últimos dados da China apontam para uma estabilização da economia que tem sido beneficiada pelo aumento da procura global. Não é então de estranhar que o Aussie (AUDUSD) tenha ganho momentum nas últimas sessões, com a Austrália a ganhar atractividade para os investidores que procuram yields altas (a mais alta dos países pertencentes ao G-20).
Além disso, alguns analistas, incluindo a Morgan Stanley, prevêm a possibilidade de AUDUSD atingir a paridade dentro de 1 ano, caso as yields das obrigações americanas a 10 anos se mantenham baixas, abaixo dos 2,60.
Na semana passada, o AUDUSD quebrou em alta o canal descendente, em que negociou nos últimos dois meses, cujo target teórico são 22º pips. A quebra deste canal coincide com o início da onda 5 de Elliott. Na minha opinião, haverá espaço para o AUDUSD ir testar a resistência dos 0,9540 nas próximas sessões, pelo que decidi abrir uma posição longa a 0,9386 com stop loss a 0,9300 e take profit a 0,9530.
 

Amanhã será o último dia com direito a participação na IPO da Mota-Engil África


A Mota-Engil vai avançar com a oferta pública inicial (IPO) da sua subsidiária africana, que passará estar a cotada na bolsa de Londres.
Em comunicado à CMVM a construtora anunciou que esta operação vai ser realizada através de duas ofertas, uma "preferencial" e outra "institucional". Assim, na oferta preferencial "a Mota-Engil África atribuirá novas acções a todos os investidores que detenham acções da casa mãe – Mota-Engil SGPS – até amanhã, dia 17 de Junho, o que está a levar a uma corrida pela compra das acções da Mota-Engil que hoje já sobem 4,15%. Em paralelo decorrerá uma oferta institucional, que poderá ver o número de acções aumentar se a procura por acções na preferencial não cobrir toda a oferta.
Investir na Mota-Engil África parece-me ser uma boa alternativa para quem quer estar exposto ao crescimento do continente africano. Além disso a remuneração acionista proposta é bastante generosa com a empresa a pretender atingir um rácio de payout entre os 50% e os 75%, sendo que garantido está já o dividendo em éspecie de 20%, aprovado pelas accionistas da Mota-Engil. Além disso, a Mota-Engil África vai beneficiar de estar cotada num índice com maior visibilidade que o nacional e mais vocacionado para o sector da construção.
Para as acções da Mota-Engil, como já havia referido em análise anterior, esta separação é bastante negativa, dado o forte impacto que a facturação obtida no continente africano tem nas contas do grupo. Recordo que, segundo o último relatório e contas, a actividade em África representava mais de 40% da facturação da casa mãe.
Sendo amanhã o último dia para a compra de acções com direito a participação na IPO, acredito que as acções da Mota-Engil possam continuar a valorizar na sessão de amanhã. Depois disso, poderemos a assistir a uma correcção nos títulos, até porque nos encontramos perto da resistência dada pelos máximos anuais nos 6,25/6,40€.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

RNBZ aumenta a taxa de juro pela 3ª vez consecutiva

O RNBZ confirma uma vez mais que é o banco mais hawkish do mundo neste momento, tendo aumentado ontem a taxa de juro de referência, pela terceira vez consecutiva para os 3,25%, tal como esperado. Apesar dos últimos dados macroeconómicos menos bons, dos preços das commodities a caírem e da queda na confiança do consumidor, o RNBZ aumento a taxa em 25bp e provou o grande market mover no que diz respeito ao NZD.
 
O stop loss do trade em NZDUSD foi activado a 0,8590 com o NZD a subir mais de 1% face ao dólar e a atingir o valor mais alto das últimas 3 semanas. O movimento ainda foi mais exagerado no EURNZD com par a cair para o valor mais baixo do último ano.
 
O stop loss que havia colocado no ponto de entrada do trade em AUDNZD também foi activado, tendo fechado o trade com ganho nulo.
 
O facto do RNBZ ter reiterado o compromisso de continuar a aumentar as taxas, baseado no facto da economia estar num momentum ascendente e haver sinais de uma inflação crescente, levou os investidores a posicionarem--se longos em NZD. As previsões apontam para que tenhamos a taxa de juro nos 4,5% até ao final do ano que vem.
 
 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Conversão dos DTA em créditos fiscais poderá levar BCP a fazer um aumento de capital

A notícia avançada pelo Diário Económico, no dia 14 de Maio, de que o BCP também poderia vir a necessitar de um aumento de capital, poderá estar prestes a tornar-se realidade, depois dontem ter sido tomada (em Conselho de Ministros) a decisão de permitir à banca converter os impostos diferidos (DTA - Deferred Tax Assets) em créditos fiscais. Para as instituições que queiram beneficiar deste regime, prevê-se que seja obrigatória a realização dum aumento de capital. Aliás, o BCP é mesmo o banco que mais pode beneficiar com esta medida.
 
Trocando por miúdos, os impostos diferidos são poupanças fiscais que se podem obter no futuro. No caso da banca, o reconhecimento que o fisco tem dívidas para com os bancos e a sua conversão em créditos fiscais, irá permitir libertar capital dos bancos e incorporá-lo no "core capital", medida aliás que já era defendida pela troika.
 
Na prática esta medida fará com que os bancos melhorem os seus rácios de capital e beneficiem dum tratamento semelhante ao de outros países europeus que já aprovaram regras semelhantes, como é o caso de Espanha. Segundo os cálculos da Caixa BI, a conversão dos impostos diferidos poderá ter um impacto positivo entre 1,2 e 1,4 mil milhões de euros na instituição liderada por Nuno Amado. Este capital poderá depois ser usado pelo banco para acabar de pagar ao Estado, até ao final do ano, as obrigações de capital contingente (CoCos).
 
Do lado do Estado, a aprovação desta medida implicará um agravamento do défice. A volatilidade veio para ficar nos próximos tempos, e depois de hoje ter sido stopado no trade curto sobre o índice PSI-20, mantenho-me afastado da banca.
 
A nível técnico, o potencial de subida do BCP parece estar a esgotar-se. A resistência dos 0,2050 deverá impedir novos movimentos altistas depois do BCP ter subido 4,5 cêntimos nas últimas 3 semanas (para meu contentamento uma vez constituiu o trade mais proveitoso desde que iniciei a carteira em Fevereiro deste ano). Aparentemente podermos estar a formar um padrão de inversão de ombro-cabeça-ombro, mas a sua confirmação só será dada aquando da quebra dos 16 cêntimos.
 
 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Mario Draghi surpreende mas não convence

Mário Draghi surpreendeu o mercado e introduziu novas medidas de facilitismo monetário, além daquelas que já eram esperadas pelo mercado.  Conforme referi na análise, feita no dia 23 de Maio, o BCE cortou a taxa de juro de referência em 10bps para 0,15% (um mínimo histórico) e a taxa dos depósitos em -0,10%, ou seja, os bancos que depositem dinheiro junto do BCE terão que pagar um juro de 0,10%, ao invés do que acontecia anteriormente em que a taxa dos depósitos era de 0%. Esta medida é bastante benéfica porque obrigará os bancos a retirarem o capital do banco central e a financiarem a economia.
 
Estes dois eventos já estavam descontados no preço do EURUSD. As grandes novidades, que fizeram com que o EURUSD caísse mais de 100 pips, e que até agora não passavam de meras especulações, foram as medidas anunciadas na conferência de imprensa das 13h30, que passo a citar:
  • Irão ser implementados dois longer-term refinancing operations (LTROs) com maturidades em Setembro e Dezembro de 2018 no montante de 400 mil milhões de euros;
  • Irá ser descontinuado o programa de esterilização de SMP;
  • Está a ser preparado um programa de compra de asset-backed security (ABS), Atenção que apenas está a ser preparado, ainda não foi activado;
  • O BCE diz estar preparado para trabalhar num programa de quantitative easing (QE), caso seja necessário;
  • As taxas deverão permanecer nos níveis actuais por um longo período de tempo.
Apesar de todas estas medidas, o BCE não jogou aquele que é o seu maior trunfo - o QE. Na minha opinião, o BCE só o deverá fazer caso a europa entre em cenário de deflação.
 
O PIB e a inflação também foram revistos pelo staff do BCE.
 
- PIB 2014 1,0% vs Prev. 1,2%
- PIB 2015 1,7% vs Prev. 1,5%
- PIB 2016 1,8% vs Prev. 1,8%
 
- Inflação 2014 0,7% vs Prev. 1,0%
- Inflação 2015 1,1% vs Prev. 1,3%
- Inflação 2016 1,4% vs Prev. 1,5%
 
Convém relembrar que desde que o Mario Draghi anunciou que o BCE iria actuar, o EURUSD já caiu quase 500 pips. Apesar de hoje, Mario Draghi ter surpreendido o mercado com as medidas que apresentou, o que é certo é que o EURUSD já recuperou tudo aquilo que tinha caído no dia de hoje, tendo encontrado bastante força compradora no suporte dos 1,3500.
 
 

terça-feira, 3 de junho de 2014

PMI de construção pressiona GBPUSD

As 9h30 GMT foi divulgado o PMI de construção no Reino Unido relativo ao mês de Maio. Os dados divulgados foram desapontantes para a economia de Sua Majestade (Act. 60,0 vs Exp 61,0 (Prev. 60,8) e os mais baixos desde Outubro de 2013.

O inquérito mostrou que a construção de novas casas continua a ser o melhor sector dentro da construção. No entanto, a construção para fins comerciais foi a mais lenta dos últimos 7 meses. Abri um trade curto, antes do início da sessão americana, a 1,6760 com stop loss a 1,6890 e take profit a 1,6520.

AUDNZD activa H&S invertido

Durante a madrugada, o RBA decidiu manter a taxa de juro inalterada nos 2,50% e mantem a sua posição neutra, apoiada no facto da projeção da inflação, para os próximos dois anos, se manter estável nos 2-3%.
 
Os dados, acima do esperado, da balança corrente (Act. AUD -5,7 mil milhões vs Exp. AUD -7 mil milhões) também ajudaram a impulsionar o AUD.
 
Acompanho, com particular interesse, o par AUDUSD mas uma vez que lateraliza dentro dum canal descendente (encontrando-se neste momento precisamente a meio caminho entre o limite inferior e superior), decidi procurar outros pares com o AUD. O par AUDNZD foi o par escolhido para a minha análise de hoje.
 
Já todos conhecem a minha visão pessimista em relação ao NZD (ver análise AQUI). Tecnicamente o AUDNZD encontra-se numa situação muito interessante, tendo activado um cabeça-e-ombros invertido na quinta-feira passada.
 
Este padrão levou praticamente 6 meses a formar-se e o seu target teórico é bastante ambicioso: 380 pips. Na minha opinião o AUDNZD tem potencial para ir testar, pelo menos, o nível 61,8% de fibo do movimentos descente que iniciou no final de Outubro do ano passado e finalizou em Janeiro deste ano.
 
Comprei AUDNZD a 1,09443 com stop loss a 1,08443 e take profit a 1,1140.