quarta-feira, 30 de abril de 2014

Soares da Costa desilude com prejuízos de 50,7 milhões de euros

 
 
Como tínha previsto na análise que fiz à construtora no dia 23 de Abril, e apesar de não ter alcançado os 38/39 cêntimos como esperava, a Soares da Costa fechou hoje em forte queda depois de ter revelado prejuízos de 50,7 milhões de euros, relativos ao exercício de 2013. Este valor representa um agravamento de 3,8 milhões de euros face a 2012. O EBITDA aumentou 27,7% de 29,2 para 37,2 milhões de euros.
 
Estes resultados reflectem a diminuição do volume de negócios, em termos homólogos, e a redução da actividade de construção da concessionária Auto-Estradas XXI, relacionada com a conclusão da auto-estrada Transmontana.
 
Se a Soares da Costa não conseguir aguentar o suporte dos 0,30€, as queda até ao próximo suporte dos 0,27€ poderá ser bastante rápida.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Galp sem energia positiva

Desde o início do ano a Galp valorizou uns escassos 4,3%, naquele que foi o pior arranque anual desde a OPV em 2006.

Ao ser uma empresa presente em toda a cadeia de valor de petróleo, desde a exploração e produção até à refinação e distribuição, a evolução da cotação da Galp está correlacionada com a do brent,  que serve de referência ao mercado europeu. Não é então de estranhar, que a tendência pouco definida das acções da energética acompanhe a lateralização do preço do barril de brent, que negoceia emparedado entre os 104 USD e os 112,40, com as interrupções ao fornecimento na Líbia a serem compensadas pelo aumento da produção nos Estados Unidos (+1,1 mb/d) e as notícias sobre a construção, sem atrasos, da plataforma petrolífera no Iraque.

Hoje, antes de abertura de mercado, a Galp apresentou resultados relativos ao primeiro trimestre de 2014, de 47 milhões de euros, um valor que fica aquém das estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg. Em termos homólogos, o resultado líquido caiu 37,9%, ou seja, 29 milhões de euros. Ainda assim, o EBITA (resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) subiu 4,8% para 265 milhões de euros “que se deveu essencialmente ao aumento da produção de petróleo e gás natural no negócio de Exploração e Produção (E&P) e à mais robusta atividade de supply & trading no negócio do Gás e Energia (G&P)”. O segmento da refinação foi o principal responsável pela quebra do lucro, na sequência do longo período de manutenção na refinaria de Sines, com a queda do crude processado mas também devido à descida das margens de refinação de mercado (diferença de preço entre a compra de barril de petróleo e a venda do produto refinado).
 
O impacto na cotação não foi significativo, cotando no momento em que escrevo praticamente à cotação de fecho de ontem, uma vez que nos resultados previsionais, divulgados pela Galp a 15 de Abril, a refinação era a área que se destacava pela negativa, estando este facto já incorporado no preço da acção.

No segmento da E&P os números foram positivos (cumprindo-se o aumento de produção antecipado no Brasil) pelo que este é neste momento o negócio estratégico para a empresa continuar a crescer.

Factores Positivos

A venda de 7,34% das acções que a italiana Eni detinha no capital social da Galp, no passado dia 28 de Março, já era expectável no final do ano passado, pelo que os investidores já podem deixar de adiar a compra de acções e focarem-se nas maiores perspectivas de crescimento e no potencial de subida do negócio da exploração.

O sector da exploração petrolífera, que se centra essencialmente no Brasil, Moçambique e em Angola, tem vindo a crescer e no dia 14 de Abril a empresa anunciou a aprovação da fase de desenvolvimento de um novo projecto denominado Kaombo, no Bloco 32 em águas ultra-profundas do offshore de Angola.

Outro factor a favor da Galp é a diversificação do negócio. Além da exploração e produção, a companhia nacional está presente na Refinação&Distribuição (transformação de petróleo em produtos refinados) e no Gas&Power (importação e venda de gás natural e produção de electricidade).
 
Principais Riscos Associados

Após ter começado a produzir petróleo no distante ano de 1991, em Angola, é no Brasil que a Galp tem hoje as maiores esperanças depositadas. O sucesso dos projectos de aceleração da produção das duas FPSO (floating, production, storage and offloading) que a Galp tem no Brasil (Cidade de Angra dos Reis e Cidade de Paraty) e a concretização de outros projectos, ainda na fase de exploração e desenvolvimento, irá reflectir-se nas contas de 2014 da Galp e ditará o rumo da cotação em bolsa da Galp nos próximos meses.

A nível interno os principais condicionante advêm da própria evolução da bolsa nacional e da guerra jurídica que o governo quer travar com a Galp para tentar fazer um reequilíbrio dos contratos de concessão na área do gás natural.

Conclusão

Para já a Galp não faz parte das minhas escolhas, até porque como referi na análise que fiz há dois dias, a longo prazo vejo o brent abaixo dos 100 USD. Dum ponto de vista mais técnico também não muito a dizer dado que a Galp se encontra a negociar em fase lateral há quase dois anos. Enquanto se mantiver acima do importante suporte dos 11,40€, mantenho a minha posição neutra.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Iene tende a valorizar em alturas de instabilidade

Na sequência da última análise que fiz ao USDJPY, decidi hoje abrir um curto em USDJPY baseado nos últimos acontecimentos relativos à Rússia/Ucrânia.
 
Por um lado, as tensões entre os dois países voltaram a escalar depois do primeiro ministro ucraniano ter acusado Vladimir Putin de "querer começar uma 3ª Guerra Mundial".
 
Por outro lado, a agência financeira S&P baixou a classificação da dívida da Rússia para próximo de "lixo". Numa nota emitida, disse que as tensões geopolíticas entre os dois países poderão diminuir o investimento estrangeiro e dar lugar à fuga de capital doméstico, comprometendo ainda mais o crescimento daquela economia.
 
Do ponto de vista técnico, o USDJPY completou a quinta onda de Elliott em Dezembro do ano passado. Parece agora ter entrado numa fase correctiva, esperando-se agora a formação da última onda c, conforme exemplificado no gráfico.
 
Entrei curto a 102,30 com stop loss a 102,86 e taje profit nos 100,20.
 
 
 
 

EDP Renováveis entra no México

A EDP Renováveis está hoje a liderar os ganhos no PSI-20, depois de ter anunciado que vai instalar um parque eólico no norte do México em 2016, reforçando assim a sua presença no continente americano onde já está presente no Brasil, Canadá e Estados Unidos.
 
Na sequência de, na semana passada, a empresa ter anunciado a celebração de novos contratos de venda de electricidade a longo prazo para a produção que terá num novo parque eólico de 150 megawatts, a instalar no Texas em 2016,  a EDPR consegue agora um novo contracto de 25 anos para fornecimento de energia à empresa mineira Industrias Peñoles, a partir da energia produzida num parque eólico a instalar em 2016, com uma capacidade projectada de 180 megawatts.

Esta notícia está hoje a animar os títulos da empresa de energia limpa, com os investidores a encararem a notícia como possível catalisador para novos investimentos neste mercado emergente

domingo, 27 de abril de 2014

A queda do preço do ouro negro parece ser o mais provável

No dia 3 de Março o preço do barril de brent atingiu o máximo anual nos 111,23 USD / bbl, aquando da entrada das tropas russas na Crimeia.

Esta subida no preço reflectiu o receio dos investidores em relação a possíveis sanções que podiam vir a ser aplicadas à Rússia e que poderiam prejudicar as suas exportações de petróleo. Na minha opinião, este cenário continua a parecer-me bastante improvável já que ninguém na Europa quer que os preços elevados do petróleo condicionem a recuperação económica.

Duma perspectiva mais macro, a recente turbulência que se tem vivido nos mercados emergentes (responsáveis por quase 80% do aumento do consumo de petróleo em 2014) pode prejudicar o aumento da procura por petróleo.
Por outro lado, o lado da oferta mantem-se estável (mesmo apesar da actual situação na Ucrânia). No entanto, o aumento recente na produção dos EUA e do Iraque, poderá levar a uma revisão em alta da produção para 2014. Os EUA aumentaram a sua produção em +1,1 mb/d, o que fica claramente acima das expectativas, e a construção da plataforma petrolífera no Iraque avança sem atrasos, o que deverá impulsionar ainda mais a extracção do ouro negro.

Inicialmente esperava-se um défice de 0,5 mb/d para 2014. Este défice já está descontado no preço, pelo que uma revisão em alta da produção, cria uma oportunidade de venda no mercado petrolífero. Ainda para mais, se a Líbia aumentar permanentemente a sua oferta de petróleo acima de 1 mb/d e o Irão de 3 mb/d os preços poderão cair bem abaixo dos 100 USD.

Nas últimas semanas, o preço do barril de brent tem-se movido ao sabor dos desenvolvimentos na Líbia. No início do mês o governo líbio e os rebeldes chegaram a acordo quanto ao desbloqueio de dois grandes terminais petrolíferos (Zueitina e Hariga) o que faria duplicar a capacidade exportadora de petróleo do país. Em reacção, o barril de brent caiu 3 USD em dois dias. Entretanto, os problemas técnicos enfrentados pelos terminais de Zueutina e Hariga, que têm impedido o retomar da actividades de ambos, levaram o preço do brent a subir quase 5 dólares desde então.

O governo líbio espera que os rebeldes entreguem o controlo dos portos de RAS Lanuf e Es Sider dentro de um mês. A acontecer, a Líbia poderá atingir todo o seu potencial exportador nos próximos 2 meses, e o preço do brent deverá cair para valores inferiores a 100 USD.

O que nos diz a Análise Técnica?

Desde o final do Verão do ano passado, que o preço do barril de brent lateraliza num range de 9 USD entre os 103,70 e os 112,70 USD. Esta lateralização nos preços constitui uma boa oportunidade de trading para os investidores de mais curto prazo: comprar junto ao limite inferior e shortar junto ao limite superior.

De momento estou de fora mas a pensar abrir uma posição curta junto dos 112,70 USD para manter durantes algumas semanas.

Como referi anteriormente, a chegada a um acordo de longo prazo entre os rebeldes e governo líbio, poderá ser o rastilho necessário a uma quebra em baixa, deste rectângulo de lateralização, rumo aos 100 USD por barril.
 
 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Actualização dos trades da Carteira

Tendo em conta as cotações actuais, dos trades ainda em aberto, a nossa carteira seguem com uma valorização de 27,44%, desde o início de Fevereiro, com 17 trades positivos, 7 negativos e 5 abertos.
 
Nos últimos dias, vários trades foram fechados, pelo que deixa a actualização.
 
22 Abril: Ouro é fechado no stop loss (perda de 26,1 dólares/onça) e NASDAQ é fechado no take profit com um ganho de 100 pontos por cada índice comprado.
 
23 Abril: Altri é fechada no stop profit a 2,39€ com um ganho de 0,07€ por cada acção comprada.
 
Deixo o registo dos últimos trades efectuados. Para a semana, após o final do mês, será publicada a performance da carteira dos últimos 3 meses.
 

quinta-feira, 24 de abril de 2014

BPI e Portucel apresentaram resultados do 1º trimestre de 2014

A Portucel e o BPI apresentaram ontem resultados referente ao primeiro trimestre deste ano.
 
No último trimestre, a Portucel, controlada pela Semapa de Pedro Queiroz Pereira, teve um resultado líquido de 40,8 milhões de euros, o que representa uma queda de 8,6% face ao período homólogo. Ainda assim, o resultado líquido da papeleira saiu acima das previsões de três casas de investimento compiladas pela Reuters. Neste momento, a Portucel valoriza 1,7% para os 3,24€ por acção.
 
Já o banco de Fernado Ulrich registou prejuízos de 104,8 milhões de euros no primeiro trimestre, o que compara com os lucros de 40,5 milhões do mesmo período do ano passado. As perdas reflectiram a quebra na actividade doméstica e fundamentalmente as menos-valias realizadas na venda de dívida pública de Portugal e Itália. O BPI segue a cair 3,3%.
 
Actualizei a tabela com o calendário da divulgação de resultados referentes ao primeiro trimestre de 2014. A tabela poderá estar sujeita a alterações, pelo que deverão sempre confirmar a informação.
 

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Jerónimo Martins fecho o gap e mostra sinais de força

Na última análise que fiz à Jerónimo Martins, no dia 24 de Março, mencionei o seguinte:
 
"No passado dia 14 de Março, a acção testou pela primeira vez mínimos de 2 anos nos 11,25€. Trata-se não só de uma importante zona de suporte como também do nível 38,2% de fibonacci de todo o Bull Market que acção viveu entre 2009 e 2013.

Será suficiente para um rebound significativo?

Só o tempo o dirá, mas a quebra em alta dos 12,80, que significaria o fecho do gap que acção deixou em aberto no dia a seguir à apresentação de resultados, daria um primeiro sinal de que os bulls estariam novamente a comandar a acção. Nesse cenário, a próxima resistência estaria nos 13,50€."
 
Desde dia 14 de Março, a acção já trepou 15%. A forte subida de 4,33%, registada na 2ª feira da semana passada, levou a acção a fechar o gap que tinha deixado em aberto. Conforme tinha dito na última análise, a quebra em alta dos 12,80, dá um bom ponto de entrada longa na acção.
 
A Jerónimo Martins é uma empresa inserida num sector mais defensivo e que tem andado em contraciclo com o principal índice da bolsa portuguesa. As suas acções sobem em momentos de instabilidade e desce em momento de apetite pelo risco. Prova disso é o Bear Market em que a acção vive há um ano, enquanto a grande maioria das acções renova máximos atrás de máximos.
 
Todos conhecem a minha opinião mais pessimista em relação ao PSI-20 e portanto decido comprar Jerónimo Martins a 12,92€ com stop loss nos 12,30€ e take profit nos 13,40€.
 
 

Análise à Soares da Costa

Depois de terem subido mais de 500% desde o início do seu Bull Market, em Abril de 2013, as acções da Soares da Costa não param de cair desde Janeiro, acumulando já uma desvalorização superior a 50%.
 
A pedido de alguns leitores, decidi fazer hoje uma análise à Soares da Costa, uma das empresas de referência no sector da construção civil e infraestruturas em Portugal, com mais de 90 anos de existência. Suplementarmente também tem negócios na área das concessões, imobiliário e Energia (Self Energy).
 
Com a conjuntura no mercado doméstico desfavorável, a Soares da Costa, à semelhança das suas congéneres Mota-Engil e Teixeira Duarte, assume-se cada vez mais como uma empresa de cariz internacional, com 70% do volume de negócios a provir das suas operações em Angola, Brasil, Estados-Unidos (Flórida e Geórgia) e Moçambique.
 
O que esteve por detrás do Bull Market
 
Na tarde de verão, do dia 13 de Agosto de 2013, o anúncio do princípio de acordo, que definia que o empresário angolano iria injectar 70 milhões de euros, através de um aumento de capital, na subsidiária Soares da Costa Construção, levou os investidores a reagirem positivamente à notícia e, no dia seguinte, e acção trepou dos 0,25€ até aos 0,32€ (mais à frente já iremos ver a importância deste nível de preço).
 
O anúncio da aquisição de 66,7% do capital da unidade de construção da Soares da Costa por parte do Angolano António Mosquito, a 26 de Novembro do ano passado, foi o motor para os ganhos expressivos da Soares da Costa até meados de Janeiro de 2014.
 
Desde aí, a subida em bolsa da construtora intensificou-se, acompanhando também o bom desempenho do mercado bolsista português, e suportada pela adjudicação de novos obras além fronteiras.
 
O climax da Soares da Costa aconteceu na semana de 13 a 17 de Janeiro, semana em que foi anunciada a data para a conclusão da operação de aumento de capital, a 12 de Fevereiro. Na manhã do dia 16 de Janeiro, a empresa comunicou à CMVM que ganhou o concurso para adjudicação de uma nova obra no corredor ferroviário de Nacala, no norte de Moçambique, que “consiste no reforço de quatro pontes e na construção de oito novas pontes ferroviárias, com um valor de 30,5 milhões de dólares”, ou seja, 22,4 milhões de euros. Nesse dia, as acções atingiram o máximo anual nos 0,73€, o valor mais alto desde Outubro de 2010, registando um volume de 10 milhões de acções, muito superior à média diária que é de cerca de 483 mil.
 
As últimas semanas
 
As últimas semanas foram marcadas por fortes quedas na Soares da Costa, tendo estabelecido, no dia 16 de Abril, um novo mínimo na anual nos 30 cêntimos por acção, o que significa que, mesmo depois das subidas dos últimos dois dia, a grande maioria dos investidores que compraram acções da construtora esta ano, acumulam perdas.
 
Chamei a atenção, no início do artigo, para os 32 cêntimos, valor máximo que acção havia registado em Agosto de 2013, e que serve agora como suporte da Soares da Costa. Foi precisamente nesta zona de preço, entre os 0,30€ e os 0.32€, que a acção encontrou pressão compradora e iniciou um rally ascendente.
 
As expectativas dos investidores em relação à apresentação dos resultados de 2013 da Soares da Costa, marcada para a próxima semana (dia 29 de Abril), poderão ser motivo suficiente para suportar esta subida por mais uns dias. Para quem comprou agora, ou para quem tem estado a aguentar as quedas desde lá de cima, não faz sentido sair agora, pelo menos enquanto a acção não quebrar os 30 cêntimos em baixa.
 
Acredito que a acção possa atingir a resistência dos 38/39 cêntimos até à próxima 3ª feira, num movimento típico de “comprar no rumor e vender na notícia”. Depois da divulgação dos resultados poderemos voltar às quedas.
 
 

terça-feira, 22 de abril de 2014

CAD benefeciado com a divulgação do Wholesale Sales (GMT 13h30)

No passado dia 16 de Abril, o Banco do Canadá manteve inalterada a taxa de juro de referência e referiu que a política monetária estaria dependente dos dados macroeconómicos que fossem entretanto divulgados. Além disso, reviu em baixa o crescimento para 2014 dos anteriores 2,5% para 2,3% e a inflação total maior que o previsto.
 
Há pouco, às 13h30, foram divulgadas as Wholesale Sales, acima do esperado (Act. 1,1% vs Prev. 0,7%). Este indicador mede o valor, em dólares, de todas as vendas e inventários dos comerciantes e fornece ao investidor uma visão mais apurada sobre o estado de consumo da economia, ao funcionar com um leading indicator das tendências de consumo.
 
Em reação, o EURCAD caiu 20 pips.
 
O EURCAD parece estar a formar o ombro direito de um padrão em Cabeça e Ombros, pelo que decido abrir uma posição curta a 1,5205 com stop loss nos 1,5320 e take profit nos 1,4920.
 

Calendário com as estimativas dos resultados das empresas S&P500, DJIA e NASDAQ100

O seguinte calendário (fonte Ransquawk) tem as estimativas de resultados para as Large Caps, Mid Caps e Small Caps do mercado americano, que apresentam resultados hoje.
 

 

Actualização dos trades em Altri, Bes e Portugal Telecom

O PSI-20 acompanha a tendência positiva das congéneres europeias, impulsionado sobretudo pela Portugal Telecom, BCP e BES, que valorizam mais de 2%.
 
O nosso trade longo em BES, aberto no dia 14 de Abril (ver análise aqui), foi fechado no take profit a 1,3230, com um ganho de 0,099€ por acção.
 
 
A acções da Portugal Telecom são as que mais sobem no dia de hoje, avançando 2,7% para os 3,082 euros, depois de ter sido anunciado que Isabel dos Santos, e os outros accionistas angolanos da Unitel, deram o primeiro passo para a compras dos 25% que a Portugal Telecom (PT) possui na operadora angolana. Este anúncio, enquadra-se na estratégia da Oi-PT que se pretende focar apenas no Brasil, beneficiando a acção.
 
Decidi por isso fechar o trade curto a 3,05, que havia aberto no dia 28 de Março a 3,101€ (ver análise aqui), com um ganho de 0,19€ por acção.

Em relação ao trade na Altri, aberto no dia 11 de Abril a 2,32€ (ver análise aqui), actualizo o stop loss para os 2,39€, de modo a proteger ganhos.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

BPI e Portucel apresentam resultados esta semana

Esta semana o BPI (sexta-feira) e a Portucel (quarta-feira) apresentam resultados referentes ao primeiro trimestre de 2014.
 
Deixo a tabela de resultados actualizada.


domingo, 20 de abril de 2014

"Sell in May and Go Away"

Como em quase tudo na vida na bolsa também há altos e baixos. Existem períodos de grande euforia, que são seguidos de períodos de depressão e desânimo generalizado.
 
Porém, se soubéssemos de antemão quais os meses probabilisticamente mais fortes e quais os mais fracos, poderíamos usar essa informação a nosso favor.
 
Venda em Maio e vá embora!
 
Esta é uma das máximas mais antigas em Wall Street e que diz que os investidores devem vender as suas acções em Maio, de modo a evitar a queda sazonal, e voltar ao mercado em Novembro, evitando assim o período de maior volatilidade entre Maio e Outubro. A estratégia é baseada na underperformance histórica das acções no período de seis meses que se inicia em Maio e termina em Outubro.
 
Os números falam por si: por cada dólar investido, apenas durante os melhores 6 meses (Novembro a Abril), no índice americano Dow Jones Industrial Average (DJIA), o investidor teria 50 dólares ao fim de 57 anos, graças à rendibilidade média anual de 7,11%. Isto considerando que, nos restantes 6 meses (Maio a Outubro), aplicasse o dinheiro no mercado monetário (num depósito a prazo, por exemplo).
 
Seguindo a lógica inversa, ou seja, investindo um dólar durante os piores 6 meses, resultaria nuns escassos 1,07 dólares, correspondente a um ganho média anual de 0,13%.
 
Apesar de não existirem factos concretos que suportem este fenómeno, os académicos apontam algumas razões que podem explicar o sucesso da estratégia:
 
  1. Em Maio termina o período de devolução do IRS nos EUA. Quando acabam as devoluções, terminam também as injecções de capital na bolsa;
  2. Quando chega o verão, as pessoas vão de férias e deixam um pouco de parte os investimentos. Como consequência a liquidez dos mercados baixa e tende a limitar os ganhos nas acções;
  3. Com a aproximação do Outono, e início do ano lectivo, os investidores voltam a concentrar-se na constituição das suas carteiras;
  4. Os fundos de investimentos tendem a reajustar as carteiras em Outubro, antes do final do ano fiscal;
  5. Os bónus pagos aos funcionários no final de ano fazem aumentar os fluxos monetários no mercado bolsista e ajudam a contribuir para o famoso rally de Natal e de início de ano.
  6. A antecipação dos investidores à divulgação dos resultados das empresas, relativa ao 1º trimestre do ano, sustenta os meses de Março e Abril.

Como é óbvio existem algumas limitações a esta estratégia, quando comparada com uma estratégia de “Buy and Hold” (comprar e deixar ficar), como é o caso do acréscimo de custos de transacção resultantes das entradas e saídas do mercado.
 
Ainda assim, salvo alguns anos de excepção (que confirmam a regra), está demonstrada estatisticamente a eficácia desta estratégia no mercado americano. Mas será que a mesma se pode aplicar ao mercado português?
 
Resolvi pegar num período mais curto, e estudar os últimos 10 anos de negociação do PSI-20. Os resultados foram convincentes!
 
Um investidor que tivesse seguido a estratégia “Sell in May and Go Away”, com uma carteira de 10.000€, desde Janeiro de 2004 até à última 6ª feira, dia 17 de Abril, teria rentabilizado o seu capital em 57,61%, o equivalente a 5,76% ao ano. Este valor compara com os 7,11% de média anual para DJIA. No entanto, há uma diferença importante. Não considerei a aplicação do capital no mercado monetário, durante os 6 meses que o investidor não está no mercado accionista.
 
Já o investidor que tivesse seguido a estratégia inversa, ou seja, estar investido no PSI-20 entre Maio e Outubro e fora entre Novembro e Abril, teria tido chegado à última 6ª feira com 6699€, o equivalente a -3,3% por ano.
 
Só a estratégia “Buy and Hold” suplantou, em alguns períodos, a estratégia “Sell in May and Go Away”. Foi o caso do fortíssimo Bull Market, entre 2005 e 2007, em que quem tivesse seguido a primeira estratégia teria aproveitado melhor as subidas do que quem se tivesse mantido fiel à segunda. Ainda assim, num horizonte temporal mais dilatado, seguir a estratégia “Sell in May and Go Away” continua a ser mais vantajoso. Quem tivesse mantido as acções em carteira, desde Janeiro de 2004 até agora, teria agora uns modestos 10.897€. Esperar 10 anos para lucrar cerca de 9%? A melhor ideia é mesmo aproveitar o “timing” do mercado.
 
Agora que nos aproximamos do final de Abril, não deixe que os meses de verão torrem a sua carteira.
 

 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Quedas dos juros da dívida beneficiam banca

Os juros das obrigações portuguesas a 10 anos estão hoje no valor mais baixo desde Fevereiro de 2006, nos 3,671%.

Na sequência do êxito de ontem da emissão de bilhetes do Tesouro, o spread entre a dívida portuguesa e a alemã também está mais baixo, contribuindo para a valorização das acções da banco do PSI-20.

A queda dos juros da dívida, em todos os prazos, acompanha a evolução que tem acontecido em Espanha, Itália e Irlanda, e surge numa altura em que nos aproximamos do final do programa de ajustamento. O IGCP deverá anunciar esta quinta-feira o regresso aos leilões de dívida de longo prazo.

Na praça lisboeta o BES, BCP e BPI reagem positivamente com valorizações de 1,59%, 0,66% e 0,21%. O Banif também se encontra a corrigir da forte queda, motivada pelo anúncio do aumento de capita, com uma valorização de 2,91%.

Actualizo o stop loss do BES e da Altri para os pontos de breakeven, ou seja, para os 1,2240€ e 2,32€, respectivamente.
 
 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Actualização dos Trades em Commodities

Na sequência da actualização que fiz à evolução da carteira de investimentos do Breakout Trader, no dia 13 de Abril, decidi fazer um apanhado das posições que detenho em commodities neste momento.
 
Ouro
 
25/03: comprei ouro a 1306,10 USD
 
O ouro spot caiu a pique (-25 USD/onça)) durante a sessão de ontem, depois do World Gold Council ter previsto que a procura de ouro para este ano, por parte da China, irá cair. Ainda assim, espera que durante os próximos 4 anos a procura pelo metal amarelo cresça 25%, acompanhando o aumento do poder de compra da população chinesa.

Neste momento o ouro spot está a 1298,50, ligeiramente abaixo do nosso ponto de entrada. Mantemos o stop loss nos 1280 USD.

Cobre

03/04: shortei cobre a 302,77 USD

Os futuros do cobre cairam, com os investidores a reagirem negativamente aos relatórios chineses, que saíram durante a noite, e que indicam que a injecção de capital cresceu ao ritmo mais lento desde 2001, enaltecendo os riscos do abrandamento da 2ª maior economia mundial.
 
Neste momento encontra-se a cotar a 302,60, ou seja, praticamente na zona onde entrei curto.
 
Trigo
 
09/04: comprei trigo a 671 USD/100 bushel
 
O trigo é, sem sombra para dúvidas, o melhor trade até ao momento. Com o renovar das tensões na Ucrânia, o trigo já disparou 4,2% desde o nosso ponto de entrada.  Actualizo o stop loss para o ponto de breakeven.
 
O trigo cota a 700 USD.
 
Açúcar
 
11/04: comprei a 17,01 USD
 
Depois de uma vela doji, o açúcar abriu hoje com um gap em alta. A confirmar-se o fecho da vela diária na zona actual, teremos a formação dum padrão de morning doji star, com implicações altistas.
 
O açúcar encontra-se a cotar nos 16,95 USD.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Banif fechou a desvalorizar 9%

As acções do Banif testaram hoje mínimos do ano, nos 0,0106, e acabaram por fechar nos 0,0108. Isto significa que quem comprou acções este ano está a perder dinheiro.
 
Por detrás desta queda está o anúncio, feito ontem pelo Banif, de que irá aumentar o seu capital em 138,5 milhões de euros, através duma oferta pública “destinada a privilegiar os actuais accionistas e clientes do banco”, segundo Jorge Tomé, Presidente do Banif. O preço de venda será de um cêntimo e a operação deverá ocorrer durante as últimas três semanas de Maio, ou seja, exactamente quando a Troika sairá de Portugal.
 
A expectativa de uma maior diluição do capital do Banif provocou este sell-off, num dia em que foram trocadas de mãos mais de 850.000.000 de acções. Ainda assim o Banif fechou acima do preço da oferta de 1 cêntimo.
 
Em conversa com alguns investidores, apercebi-me que muitos deles detêm esta acção em carteira e que se encontram agora com perdas avultadas sem saber o que fazer. O que eu pergunto é o que os terá levado a comprar acções do Banif? Será que acharam que o valor nominal duma acção não poderia cair abaixo de um cêntimo?
 
Pessoalmente não detenho qualquer posição neste banco nem tenho intenção de o fazer. O meu conselho para quem ainda detêm acções, e tem estado a aguentar as perdas, é que fique atento ao valor psicológico de um cêntimo. Se acção o quebrar em baixa, saltem fora.
 
Em relação às posições que detenho em acções do PSI-20, mantenho o curto em Portugal Telecom (umas das acções que mais caiu no PSI-20) e os longos em Altri e Bes com stop loss nos 2,24€ e 1,16€, respectivamente.
 
 
 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Earnings Season em Wall Street

Na semana que hoje se inicia, muitas empresas de Wall Street irão apresentar resultados, respeitantes ao primeiro trimestre de 2014, com destaque para os gigantes do sector financeiro (Bank of America, Citigroup, Goldman Sachs e Morgan Stanley) e para a American Express, Coca-Cola, General Electric, Intel e Wal-Mart, entre outras.

Os analistas prevêem uma queda de 1,2% dos resultados do primeiro trimestre, o que a acontecer, seria a primeira desde o terceiro trimestre de 2012. As empresas que já apresentaram resultados apontaram o tempo muito frio, o fortalecimento do dólar e a crise dos mercados emergentes como os principais factores justificativos dos maus resultados apresentados.
Devemos prestar particular atenção ao Nasdaq que se encontra, na minha opinião, sobrevalorizado com muitas acções com valorizações acima dos 3 dígitos percentuais no ano passado, como é o caso do Facebook (105%) e Netflix (298%).
Desde os máximos feitos no início de Março, o índice tecnológico desvalorizou cerca de 7%, tendo reagido em alta, durante a sessão de hoje, nos 3425 pontos. Este foi o valor mais baixo registado em 2014, pelo que a maioria dos investidores que compraram acções em 2014 e as mantiveram até agora, está a perder dinheiro. A não ser que sejam investidores de muito muito longo prazo, não me parece que estejam dispostos a comprar mais, enquanto o mercado não começar a subir e lhes mostrar alguns ganhos. A pressão compradora terá de vir de fora e sem dúvida que a zona actual oferece uma boa relação retorno/risco.

Acredito que possa haver uma correcção em alta e por isso decido comprar Nasdaq a 3470 pontos com stop loss a 3403 e take profit nos 3570, onde muito provavelmente, e dependendo dos resultados apresentados nas próximas semanas, optarei por inverter a minha posição.
 

 

BES a testar a Lta de médio prazo

A aversão ao risco voltou aos mercados esta manhã com as notícias que Kiev estaria a preparar uma operação anti-terrorista de larga escala contra os separatistas pró-Russia.

O Presidente ucraniano Turchinov impôs um deadline, que entretanto já foi ultrapassado, para os rebeldes baixarem as armas. Desde então, 4 pessoas já morreram nos confrontos em Slovyansk.

Na sequência destas notícias, a Alemanha já suspendeu as exportações de armas para a Rússia e a União Europeia prepara a 3ª ronda de sanções à Rússia, que poderá incluir medidas económicas e financeiras. O ministro dos negócios estrangeiros polaco já veio dizer que a situação na Ucrânia poderá ser usada para uma intervenção armada por parte da Rússia.

O clima é de instabilidade e esperam-se dias de elevada volatilidade. Por cá, o PSI-20 abriu em forte queda, pressionado sobretudo pelos títulos da banca, oferecendo alguns pontos de entrada interessantes.

Um desses pontos de entrada foi no Bes. A acção encontra-se neste momento a desvalorizar cerca de 4% e testou a linha de tendência ascendente de médio prazo, que vem suportando o Bull Market do Bes desde Julho do ano passado. Além disso ao 1,20€ são um suporte importante dado pelo máximo feito pelo BES em 2012.

Decidi comprar BES a 1,2240 com stop loss nos 1,16€ e take profit nos 1,3230 (nível 50% de fibo do último swing de baixa).
 

 

domingo, 13 de abril de 2014

Actualização da Carteira (rentabilidade de 18,97%)

Deixo o histórico de posições fechadas, estatísticas da conta e gráfico do balanço da mesma, actualizados à cotação de fecho de dia 11 de Abril.
 
De salientar a rentabilidade actual de 18,97% com 20 trades fechados, dos quais 14 foram ganhadores e 6 perdedores, e 5 ainda em aberto.
 
 
Balanço da Conta
 
 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Altri: fechei com ganhos e inverti

Num movimento fortíssimo a Altri atingiu a média movem de 200. Fechei o trade aberto há pouco mais de 2 horas a 2,32 e inverti a posição!

Comprei Altri a 2,32€ com stop loss a 2,24€ e take profit a 2,53€.

Altri quebra Lta de Médio-Prazo

Iniciei o acompanhamento à acções da Altri no dia 6 de Abril. Na análise que fiz à Altri, chamei a atenção para importante zona de suporte dos 2,55€ e para a linha de tendência ascendente que vinha suportando a cotação desde Julho de 2013.
 
A Altri tem apresentado, na minha opinião, um comportamento muito estranho. Passou pelo suporte dos 2,55€ sem ter qualquer correcção altista nem aparentar ter pressão compradora nessa zona. Todas as ordens de compra foram absorvidas pela fortíssima pressão vendedora a que a acção está sujeita desde dia 7 de Março, altura em apresentou resultados referentes a 2013.
 
Este factor, conjugado com o facto das velas negativas (vermelhas) serem sempre acompanhadas dum incremento no volume de negociação, enquanto as velas verdes têm tido um volume decrescente, leva-me a crer que alguém está literalmente a despejar muitas acções no mercado.
 
Confesso que, há uma semana atrás, estava tentado a comprar Altri perto do suporte dos 2,55€ ou da lta. A falta de sinais de inversão na tendência mantiveram-me de fora, na expectativa de perceber qual seria o comportamento da acção quando testasse a linha de tendência ascendente (lta).
 
A Altri confirmou ontem a quebra, em baixa, da lta. Esperei pela abertura de hoje e decidi abrir uma posição short na Altri a 2,44 com stop loss acima do máximo de ontem nos 2,53 e take profit na média móvel de 200 dias (preto) nos 2,30€.
 
 
 

Golden Cross no Açúcar

O nosso trade em açúcar que tinha sido aberto no dia 20 de Março, foi fechado com um ganho de 0,52 USD por cada libra comprada, no dia 1 de Abril, depois de ter actualizado o stop loss para os 17,60 no dia 30 de Março.
 
Em boa hora o fiz. Desde dia 1 de Abril que o açúcar tem caído, tendo já desvalorizado cerca de 3,5%.
 
Hoje, assistimos a um "Golden Cross" no açúcar. Como referi num post anterior, trata-se dum evento gráfico com implicações bullish e que acontece quando a média móvel mais sensível de 50 dias intercepta em alta a média móvel de mais longo prazo dos 200 dias.
 
Poderemos estar a assistir ao final da onda 4 correctiva de Elliott e a preparmo-nos para a última onda impulsiva 5, conforme exemplifico no gráfico.
 
Decido comprar açúcar a 17,01 com stop loss a 16,48 e take profit a 18,90.
 

 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

USD/JPY – o que está por detrás das recentes quedas

Desde o início de Fevereiro que o USDJPY negoceia dentro duma flag ascendente, entre os 100,80 e os 104,15.
 
Nos últimos dias assistimos a um sell-off no par cambial que apanhou a maioria dos investidores de surpresa, sobretudo quando o USDJPY registou a maior queda intradiária dos últimos 8 meses. O USDJPY encontrava-se a testar o limite superior da flag no dia 2 de Março. Em apenas 3 sessões o par caiu mais de 200 pips, encontrando-se agora no limite inferior da flag.
 
A queda no USDJPY começou durante a sessão asiática de dia 3, depois do governador Kuroda do Banco do Japão ter dito que no curto prazo não seriam necessários mais estímulos. As quedas aceleraram depois do membro votante da FOMC Kocherlakota ter dito que a Reserva Federal está menosprezar a baixa inflação e o emprego. Recordemo-nos que no dia 4 de Março, a variação de emprego não agrícola (NFP) e taxa de desemprego nos Estados Unidos saíram ambos abaixo do esperado, nos 192k (Prev. 199k) e 6,7% (Prev. 6,6%), respectivamente.
 
A maior queda ocorreu no dia 8 de Março (130 pips) com os investidores a procuraram o iene como moeda refúgio depois das forças militares ucranianas terem intervido na região leste da Ucrânia para libertar os edifícios governamentais que haviam sido ocupados pelos manifestantes pró-russos.
 
Ontem saíram as minutas da última reunião da FOMC em que não houve qualquer referência a um aumento da taxa de juro 6 meses após o fim do QE, conforme Yellen havia dito. Os riscos de inflação mais baixa também foram apontados por 5 participantes e a grande maioria também mencionou que a política acomodativa se deverá manter por mais alguns anos. Apesar das minutas terem sido predominantemente dovish e o dólar ter sido vendido contra a maior parte das divisas, o USDJPY fechou a sessão praticamente inalterado.
 
Para já mantenho-me de fora mas atento a uma possível quebra em baixa da flag e da média móvel de 200 dias (a preto). Caso aconteça, certamente abrirei um curto em USDJPY.
 
 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Trigo: Os Fundamentais Mantêem-se

Na sequência da última análise feita ao trigo no dia 10 de Março (ler análise completa AQUI) demonstrei o meu otimismo em relação mercado das soft commodities.
 
No dia 11 de Março, entrei longo em trigo e saí passado 3 dias com um ganho de 26 USD por cada 100 bushel.
 
Nos dias seguintes o trigo ainda subiu mais devido à ameaça de guerra entre a Rússia e a Ucrânia que provocou um sell-off nas acções e levou a que o preço dos cereais disparasse. Recordo que a Ucrânia é o 6º maior exportador de trigo, a nível mundial.
 
O aliviar das tensões nas últimas  duas semanas, levou a que o preço desvalorizasse 6%.
 
Os fundamentais que me levaram a abrir uma posição no início de Março continuam válidos. Recapitulando:
  • A oferta excendária deverá manter-se nas duas próximas temporadas, mas deverá cair 26 milhões de toneladas em 2014/2015 e 5 milhões de toneladas em 2015/2016;
  • A queda do excendente de produção e os baixos níveis de inventários, fazem com o que preço do cereal seja muito sensível a qualquer problema no que toca à qualidade das colheitas e exportação da matéria-prima;
  • O IGC (International Grains Council) reviu em baixa a sua previsão de plantação de trigo para 2014 para 696,3 milhões de toneladas dos anteriores 697 milhões de toneladas, reflectindo uma diminuição na área de cultivo de 500.000 hectares;
  • O USDA estima que as secas nos Estados Unidos possam continuar.
Tecnicamente, o trigo testou com sucesso o nível 38,2% de fibo da última subida que fez entre o mínimo de 3 anos nos 548 USD e o máximo anual nos 722 USD. Além disso, poderemos ter mais um sinal bullish nas próximas sessões. A média móvel de 50 dias está prestes a interceptar a média móvel de 200 dias em alta, formando uma golden cross.
 
Decidi abrir uma posição longa a 671 USD com stop loss nos 610 USD e take profit nos 780 USD.

Devemos ter em atenção o crop report que irá ser divulgado pelo USDA hoje às 17h.
 
 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Um dia negro para o PSI-20

O dia de hoje está a ser marcado pela aversão ao risco, com os investidores a desfazerem-se das acções e a procurarem refúgio no ouro, no iene e no franco suíço.
 
O índice de referência da praça portuguesa fechou hoje a desvalorizar quase 2% para os 7472 pontos, com 19 cotadas em queda e uma subir. As fortes quedas das acções da banca, da Zon Optimus e da ESFG foram determinantes para a desvalorização do PSI-20. A Espírito Santo Financial Group foi acção que mais caiu com uma desvalorização de 6,7% associada às alterações societárias de que a holding está a ser alvo.
 
Depois do índice PSI-20 ter feito um novo máximo anual na semana passada nos 7790 pontos, iniciou uma correcção que já leva 4%. Até ao momento, conforme se pode ver no gráfico, corrigiu 50% de todo o movimento ascendente feito entre 14 de Março e 2 de Abril.
 
Esta correcção já era por mim aguardada há alguns dias e por isso decidi fechar, com mais-valias, o trade que tinha aberto em Sonae SGPS no dia 31 de Março, e abrir um curto nas acções da Portugal Telecom.
 
Na minha opinião o potencial de queda mantém-se pelo menos até aos 7380 pontos, que coincide com o nível 61,8% de fibonacci. Aproximando-nos desse nível, teremos que aguardar para ver se o quebra ou não em baixa.
 
Amanhã todos as atenções deverão estar centradas na emissão de obrigações a 5 anos da Grécia, pela primeira em 4 anos. Este será sem dúvida o principal evento de risco de amanhã e que poderá condicionar a negociação no PSI-20.




segunda-feira, 7 de abril de 2014

José de Mello Energia vendeu 2,592% do capital social da EDP

Na passada 6ª feira a José de Mello Energia perdeu o estatuto de maior acionista portuguesa da eléctrica nacional, ao concretizar a operação de venda de 2,592% do capital da EDP através de um processo de “accelerated bookbuilding”, ou seja, através da venda directa a investidores institucionais.
 
Cada acção foi vendida a 3,20€, o que representava um desconto de 3% face à cotação de fecho de 5ª feira, permitindo um encaixe de, aproximadamente, 303,32 milhões de euros (94.787.697 acções x 3,20€).
 
Esta alienação de acções da EDP por parte do 4º maior acionista (com ainda 2% do capital social e direitos de voto) levou a que as acções abrissem na 6ª feira com um gap em baixa, com muitos pequenos investidores a aproveitarem a ocasião para encaixar mais-valias numa acção que já trepou este ano cerca de 25%.
 
Na última análise que fiz à EDP, no dia 7 de Março, referi o seguinte:
“Actualmente a acção encontra-se a testar uma importante zona de resistência, entre os 3,20 e os 3,30€, que foi o máximo registado em 2009 e que coincide com os 50% de fibonacci do Bear Market em que a EDP viveu entre Novembro de 2007 e Junho de 2012. Na minha opinião será de estranhar se a EDP não corrigir nesta zona, e até saudável se o fizer, de modo a encontrar pressão compradora para novo movimento altista".
 
Bem dito, bem feito…
 
Desde dia 6 de Março, que as acções da EDP lateralizam entre os 3,20€ e os 3,30€, excepto durante 4 sessões, em que conseguiu negociar acima da resistência dos 3,30, com volumes pouco convincentes. Aparentemente encontra-se a formar uma cunha, padrão que muitas vezes está associado a uma exaustão da tendência que o antecede.
 
Os investidores voltaram hoje a recomprar as posições de que se tinham desfeito na semana passada. Para já, fico de fora mas admito que a EDP possa subir mais um pouco. Todas as atenções deverão estar sobre o importante suporte dos 3,14€. Se este suporte for quebrado, poderemos assistir a correcções de magnitude mais elevada.
 

 

domingo, 6 de abril de 2014

A Altri valorizou quase 400% desde o seu IPO

A Altri é uma empresa de referência no mercado europeu de produção de pasta de eucalipto branqueado e na gestão florestal. Actualmente, a Altri desenvolve a sua actividade através de 3 fábricas – a Celbi, a Caima e Celteio - com uma capacidade anual nominal de cerca de 900 mil toneladas e gere cerca de 84 mil hectares de floresta em Portugal.

As acções da Altri começaram a cotar em Março de 2005, após o IPO, a 0,55€. Desde essa data que a Altri valorizou cerca de 375% sendo uma das acções mais espectaculares da nossa bolsa. A indústria da pasta de papel está inserida num sector cíclico e portanto muito dependente do estado da economia em Portugal e no mundo, sendo que a Altri assume cada vez mais o seu papel como empresa exportadora, com 94% das vendas de papel a serem feitas no exterior, principalmente na europa (85% do total). Este carácter exportador não deixa de ser influenciado pela conjuntura económica do mercado onde está cotada, pelo que acaba por ser um pouco prejudicada pelas especificidades do mercado português.
Até Junho de 2008, a Altri possuía outra actividade industrial paralela, através da FRamada, que se dedicava ao retalho de aços e ao desenvolvimento de soluções industriais de sistemas de armazenagem. O grupo optou por fazer a cisão da FRamada e concentrar-se apenas no seu core business, a gestão florestal e a produção de pasta de papel.
 Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Altri apresentou, no dia 7 de Março, um resultado líquido de 55,3 milhões de euros no ano de 2013, o que representou uma subida de 6,1% face aos 52,2 milhões de 2012 e ficou acima das expectativas da maior parte dos analistas que fazem a cobertura do grupo.
As receitas da produtora de pasta de papel subiram 5,5% para os 572,6 milhões de euros, mas também os custos que subiram 7,9% para os 431,2 milhões. 
A empresa liderada por Paulo Fernandes conseguiu também reduzir a dívida em 56,5 milhões de euros o que deu um sinal bastante posistivo para o mercado.
 
Perspectivas Futuras: Principais Riscos e Factores Catalisadores
Para 2014 prevê-se uma quebra nos preços do papel BEKP (tipo de pasta de eucalipto), reflectindo o aumento da oferta com o início da produção de novas unidades industriais na América Latina.
De modo a contrariar esta tendência, a Altri está a desenvolver um conjunto de projectos de reforço da eficiência operativa que visam reduzir os custos unitários de produção e aumentar a capacidade produtiva. Pode ler-se no Relatório e Contas de 2013 que “estão em curso um conjunto de pequenos investimentos que visam aumentar a capacidade produtiva da Celbi e da Caima, cuja conclusão se prevê para entre o final de 2014 e o início de 2015.” Após a conclusão destes projectos, a Caima e a Celbi passarão a deter uma capacidade instalada de 105 mil toneladas e 700 mil toneladas de pasta de eucalipto branqueada, respectivamente.
A empresa é a preferida ibérica do sector da pasta de papel. A maioria dos Bancos de Investimento prefere a Altri à congénere espanhola Ence, mais prejudicada pela exposição à proposta de reforma energética em Espanha. Por outro lado a Altri consegue gerar um elevado cash-flow que poderá ser usado na amortização da dívida que neste momento se situa nos 563 milhões de euros.
O que nos diz a Análise Técnica?
A Altri iniciou o seu Bull Mrket no verão de 2012, tal como a grande maioria das acções que compõem o PSI-20. Desde então, valorizou cerca de 200%, tendo feito o seu máximo no dia 7 de Março a 2,99€ por acção.
Os preços-alvo recentes que têm vindo a ser atribuídos pelas casas de investimento, têm impedido a progressão das acções em bolsa, que desvalorizou cerca de 13% desde o seu máximo anual.
Neste momento a acção encontra-se no limite superior da importante zona de suporte entre os 2,62€ e os 2,55€. A acção encontra-se também muito perto de testar a linha de tendência ascendente que vem suportanto a cotação desde Julho de 2013 e poderá estar prestes a ter um terceiro ponto de toque, reforçando assim a sua validade.
É uma acção que tenho debaixo de olho e a que estarei atento para possíveis compras na zona actual (de preferência mais perto dos 2,55€).
Ao preço de fecho de 6ª feira, a Altri vale 535,4 milhões de euros em bolsa. Um valor 15% superior à capitalização bolsista no final do ano passado.